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Congresso

PT e “traidores” vão decidir o futuro de Renan

Como aconteceu a tragédia de Goiânia |
Como aconteceu a tragédia de Goiânia (Foto: )

Brasília – Aliados do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e líderes da oposição afirmam que os votos do PT e o tamanho da "traição’’ nas bancadas do PSDB e do DEM serão definitivos no resultado da votação da cassação do presidente do Senado, na quarta. Em ambos os lados, a avaliação é similar, embora nem sempre os nomes coincidam: há, hoje, uma margem de 8 a 12 votos em aberto, que podem mudar o jogo na última hora.

A contabilidade dos aliados de Renan, que já foi otimista ao prever a repetição do placar que o elegeu presidente da Casa (51 a 28), hoje aponta vitória apertada. As planilhas contam com votos de até sete senadores do DEM e três do PSDB. Constam da lista elaborada por líderes do PMDB os senadores do DEM: Efraim Morais (PB), Édison Lobão (MA), Adelmir Santana (DF), Romeu Tuma (SP), Heráclito Fortes (PI), ACM Júnior (BA) e Maria do Carmo (SE). No PSDB: Flexa Ribeiro (PA), Papaléo Paes (AP) e João Tenório (AL).

Nas contas dos peemedebistas, somente 2 dos 12 senadores do PT não ficarão ao lado de Renan: Eduardo Suplicy (SP) e Augusto Botelho (RR). "A margem para a absolvição será de oito ou dez votos. Ninguém tem a convicção de culpabilidade dele’’, afirma o líder do PMDB, Valdir Raupp (RO).

O desfecho do caso está marcado para as 11 horas de quarta-feira, em sessão e votação secretas no plenário. Para que seja aprovada a perda do mandato são necessários 41 dos 81 votos.

Pela previsão da oposição, só na bancada do PT são esperados cinco ou seis votos pela cassação: Suplicy, Botelho, Delcídio Amaral (MS), Flávio Arns (PR), Paulo Paim (RS) e Aloizio Mercadante (SP), cujo discurso é considerado dúbio.

O líder do DEM, José Agripino Maia (RN), e o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), descartam uma "traição’’ expressiva em suas bancadas. Pressionados, Papaléo e Flexa declararam que não vão contrariar o partido. Outro fator que pode influenciar são as pressões regionais e o desgaste de participar de uma operação para salvar o mandato de Renan.

"Houve uma mudança de posição depois do 11 a 4 [pela cassação] no Conselho de Ética. Muita gente viu como uma sinalização, foi a primeira manifestação pública do Senado’’, afirmou Agripino.

A lista da oposição enumera senadores que já foram pró-Renan mas que mudaram de lado: Magno Malta (PR-ES), Garibaldi Alves (PMDB-RN) e Expedito Júnior (PR-RO).

Há ainda a dúvida se o Planalto vai ou não se empenhar para tentar salvar o mandato de Renan de forma mais incisiva, prometendo a liberação de cargos e emendas, por exemplo.

Na quarta, Renan fará um discurso de defesa. Ele dividirá seu tempo com o advogado Eduardo Ferrão. Além de rebater as acusações de ter usado um lobista ligado à construtora Mendes Júnior para pagar despesas pessoais, deve apelar para o corporativismo da Casa.

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