Brasília (AE) Pesquisas qualitativas nas mãos de auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicam que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pode ser um adversário mais perigoso do que o prefeito José Serra (PSDB-SP) numa campanha ao Palácio do Planalto. Motivo: por ser menos conhecido nacionalmente, ele tem chance de encarnar o figurino do anti-Lula. Os dois tucanos protagonizam uma novela bicuda para decidir quem será o candidato do PSDB à Presidência e o pêndulo, no momento, está do lado de Alckmin.
Embora não haja consenso palaciano sobre quem oferece mais risco para o presidente Lula, a maioria aposta que Alckmin é uma "incógnita" com potencial de crescimento e chance de surpreender numa eleição com forte caráter plebiscitário - os "contra" e os "a favor" do governo petista.
Nas últimas sondagens que mediram "impressões" dos eleitores das classes C, D e E, em poder de assessores de Lula e mantidas sob sigilo, Alckmin aparece com menor índice de rejeição do que Serra. É também considerado mais simpático do que o prefeito.
Em análises internas, os petistas prevêem um confronto "político-ideológico" com os tucanos em torno do crescimento econômico. "(...) O PT terá de organizar um discurso didático que resgate o governo Lula como superior ao de FHC, mas, sobretudo, como capaz de dar um salto de qualidade em seu segundo mandato, a partir do trabalho realizado no primeiro", diz um dos trechos do documento reservado que trata das diretrizes para o programa de Lula à reeleição, redigido por Marco Aurélio Garcia, assessor de Assuntos Internacionais da Presidência.
Na sua avaliação, o candidato da coligação PSDB-PFL lançará mão de "um discurso profundamente conservador", abordando a retomada das privatizações, a mudança da política externa e a "criminalização" dos movimentos sociais. Para Marco Aurélio, o concorrente tucano fará "acenos desenvolvimentistas" na campanha, sobretudo se o candidato for Serra.
Iceberg
Cotado para vice na chapa do PSDB, o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), é só elogios aos tucanos: diz que tanto Alckmin como Serra têm "visão de futuro". "Coisa que Lula não tem", provoca ele. "Aliás, essas críticas que o próprio PT faz à política econômica são a ponta do iceberg do que pode ser o segundo governo Lula: mais para Miguel Rossetto do que para Antônio Palocci", completa Agripino.
Enquanto o PT e o governo batem boca sobre a plataforma da reeleição, o PSDB vive dias de angústia para escolher o candidato. O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), jura que o impasse terminará na próxima terça-feira (14).
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