Brasília – A comissão política do PT cobrou ontem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudanças no segundo governo, sobretudo na política econômica. Em encontro com o presidente, no Palácio do Planalto, a cúpula do partido disse que o próximo mandato não pode ser de continuidade. Uma das reivindicações do PT é a substituição de Henrique Meirelles na presidência do Banco Central e a permanência de Guido Mantega no Ministério da Fazenda.

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O presidente, no entanto, disse que só vai tratar das mudanças na sua equipe depois que retornar de um período de recesso, na segunda quinzena de janeiro, e não deu garantias de que irá atender o partido. Segundo os próprios petistas, Lula disse que haverá uma nova orientação na política econômica, mas isso não implica em mudanças na equipe nem rupturas com o atual modelo.

"O presidente nos expôs que vai realizar mudanças graduais nos ministérios, que não tem pressa, que as transformações não serão em dias nem semanas", afirmou o presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia. O dirigente petista negou que o partido tenha sugerido no encontro a substituição de Meirelles no BC ou cobrado ministérios, embora outros presentes na reunião tenham confirmado a conversa.

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"O PT não vai pedir mais espaço nem falar em abrir mão dos que tem. [O governo] não é um latifúndio, [o presidente] não está fazendo uma reforma agrária [nos ministérios]. O PT tem quadros para ocupar funções no governo e vai colocar os nomes no momento oportuno", disse.

Com relação a economia, Garcia sinalizou que o presidente não deverá dividir a decisão com os partidos da coalizão sobre quem ocupará os cargos da área. Apesar disso, o líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), deixou o encontro afirmando que "o PT quer ter papel estratégico na área econômica" e indicou que a continuidade de Mantega na Fazenda agrada ao partido. "Ter um ministro como Mantega é positivo", disse.