Imagem do idoso curvo e de bengala está ultrapassada| Foto: Reprodução/ Facebook

Lucina Ratinho, de 68 anos, ri quando lembra da discussão que a neta Isabela, de 12 anos, travou na escola, anos atrás. Era Dia da Avó e cada criança tinha de levar uma foto da sua. Isabela foi logo dizendo que a dela era a mais bonita – o que, claro, foi contestado. "Aí, ela disse brava: ‘a minha é muito mais bonita porque ela corre! A de vocês não corre!’"

CARREGANDO :)

Pensando em idosos como Lucina, ultramaratonista, o diretor da agência de publicidade Garage.IM, Max Petrucci, de São Paulo, começou um movimento para dar nova cara à terceira idade brasileira. Ele e outros publicitários querem modernizar o símbolo (ou pictograma) do boneco curvado, apoiado em uma bengala.

O primeiro passo foi dado com o lançamento de um abaixo-assinado na fanpage do movimento (www.migre.me/cVWw8). Eles esperam ao menos 100 mil assinaturas para, após a escolha de uma proposta por votação popular, ser entregue à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), responsável pela normatização de sinalizações. Em fevereiro, lançam um site para a troca de ideias. "A forma de retratar o idoso tem de deixar de ser de uma pessoa decadente, porque isso não é mais verdade. Há perda de vitalidade, mas o idoso hoje vive mais, está mais saudável, ativo e produtivo", diz Petrucci.

Publicidade

A imagem do homem curvo e de bengala começou a aparecer no fim da década de 1990, com o Estatuto do Idoso, e, no início dos anos 2000, com a sanção de leis de atendimento e de assento preferenciais – e o Metrô a popularizou. "Como não havia a normatização no país, a ABNT incorporou o pictograma", diz Maria Barbosa, da ABNT. Em meados dos anos 2000, o Metrô atualizou o símbolo.