A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) blindou dois blocos do câmpus Prado Velho, em Curitiba, que ficam no limite com a Vila das Torres, a favela mais antiga da capital. Paredes e janelas de concreto viraram escudos para defender professores e alunos das balas perdidas.
O Bloco 3, do Parque Tecnológico, era considerado o mais vunerável aos tiros disparados por traficantes. O prédio abriga os cursos de engenharia Civil, Mecânica, Mecatrônica e Ambiental, além de Arquitetura. Também é utilizado por três cursos de pós-graduação e pelos cursos técnicos de Mecânica e Mecatrônica. Por ali, circulam 2,1 mil alunos.
O bloco foi blindado no início deste ano com "cortinas de concreto" em todas as janelas. O prédio fica separado da Vila das Torres por um muro de quatro metros de altura. A PUCPR informa que está fazendo outros investimentos na modernização do sistema de segurança dos câmpus de Curitiba e de São José dos Pinhais. "São mais de 300 câmeras do mesmo modelo utilizado nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, responsáveis por monitorar a instituição 24 horas por dia."
Grades
Na Vila Guaíra, a loja de ferragens do comerciante João Tktach, 68 anos, está cercada de grades de segurança e dois portões de ferro. "Eu fico sozinho na loja, por isso estou atrás das grades", afirma o comerciante. Para ele, a segurança na região não é das melhores. "É um perigo caminhar na rua depois das 18 horas", diz.
Já a comerciante Eliane Souza, 25 anos, montou uma loja diferente no bairro Pinheirinho. O cliente escolhe móveis novos e usados que ficam atrás das grades. "Quando o cliente se interessa, eu abro a grade." Ela justifica a situação. "Tenho duas crianças, a mais velha com 1 ano e meio. Ela pode ir para a rua. Além disso, aqui era uma mercearia e sempre havia assaltos", conta.
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