A Operação Hidra, desencadeada no Paraná, em São Paulo e em Santa Catarina, na madrugada de ontem, encontrou provas "robustas" sobre o envolvimento de uma quadrilha de Guarapuava acusada de adulterar combustíveis e sonegar impostos, segundo o coordenador do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, em Guarapuava, Tadeu de Góes Lima.
Segundo estimativas do Gaeco, com base no tempo de atuação da quadrilha, foram sonegados cerca de R$ 500 milhões entre tributos estaduais e federais. Grande parte dos mais de 90 mandados de busca e apreensão foi cumprida nesta quarta nos três estados, mas ainda há alguns para serem cumpridos até a próxima semana, disse Lima. Não houve prisões em flagrante.
"A investigação começou a partir de outros crimes, quando foram estabelecidas conexões até chegarmos à quadrilha, que atuava desde 2006", contou Lima. Na época, o inquérito na Polícia Civil apurou denúncias de estelionato envolvendo proprietários de postos de combustíveis.
Dois anos depois, o Gaeco instaurou um procedimento investigatório criminal e começou a perceber que o esquema era maior, com falsidade ideológica e documental. Posteriormente, apareceram indícios de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, com a entrada da Polícia Federal na investigação.
Laranjas
Segundo o promotor, a quadrilha agia criminosamente a partir da criação de empresas em nome de laranjas. "Os lucros ficavam com eles (líderes) porque obtinham procurações com plenos poderes para administrar os bens", destacou.
Os membros da quadrilha devem responder, em liberdade, por sonegação de tributos federais e estaduais em rede de postos de combustível, lavagem de dinheiro, fraude à execução fiscal, blindagem patrimonial, ocultação de bens e direitos e evasão de divisas, além de formação de quadrilha, falsificação de documentos e falsidade ideológica.