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Estelionato

Quadrilha lucrava R$ 20 milhões por mês com cartões clonados

Seis pessoas foram presas e outras quatro estão foragidas | João Varella/Gazeta do Povo
Seis pessoas foram presas e outras quatro estão foragidas (Foto: João Varella/Gazeta do Povo)

Cerca de mil cartões de crédito e débito clonados foram apreendidos após a prisão de uma quadrilha de estelionatários na quarta-feira, em Curitiba, durante a operação Trilha Falsa, deflagrada pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil. Seis pessoas foram presas e quatro ainda estão foragidas.

A polícia informou que os golpistas vendiam e usavam cartões clonados e, com isso, chegavam a lucrar até R$ 20 milhões por mês. Também foram apreendidos centenas de documentos de identidade falsos, 70 máquinas de pagamento por cartão – utilizadas para clonar e armazenar dados de cartões originais – seis notebooks, pendrives, diversos celulares e seis máquinas que serviam para imprimir os cartões clonados.

Os golpes eram aplicados em três estados: Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. A polícia também informou que cartões falsos da quadrilha foram utilizados no exterior, em pelo menos três países: Argentina, Uruguai e Estados Unidos.

Conforme informações da polícia, a quadrilha agia desde a metade do ano passado, mas houve um pico de prejuízos registrados pelas operadoras de cartões de crédito a partir de maio deste ano. As investigações da operação foram iniciadas em novembro de 2007.

Chupa-cabra

A quadrilha instalava em estabelecimentos comercias máquinas de cartões adulteradas, conhecido como "chupa-cabras". Os levantamentos da polícia mostram que um membro da quadrilha se passava por funcionário da operadora de cartão de crédito. Exibindo um crachá da bandeira do cartão, ligava para outro membro da quadrilha do seu celular, que confirmava ao dono do estabelecimento que se trataria realmente de um técnico da empresa.

Com a confiança adquirida, a gangue substituía o aparelho normal pelo chupa-cabra por alguns dias. "A máquina funcionava normalmente, porém mandava para os bandidos os dados do cliente", relata o delegado-chefe do Cope, Miguel Stadler. Depois, um membro da gangue voltava ao estabelecimento para devolver o aparelho normal, afirmando que o suposto defeito estaria consertado.

Indiciados

Todos os presos foram indiciados por formação de quadrilha, estelionato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. Os seis acusados estão presos em regime temporário de cinco dias, mas Stadler acredita que com as evidências obtidas poderá mudar a detenção para preventiva. A polícia não descarta a possibilidade de haver mais pessoas envolvidas. Além disso, quem adquiriu os cartões e documentos falsos pode responder criminalmente. A maioria dos membros da quadrilha preferiu ficar em silêncio. Alexandre Alves Ferreira e Bueno alegam que houve um engano. "Buscaram lá em casa e não tinha nada. Nem conheço essas pessoas", afirmou Bueno.

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