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Grupos locais | Divulgação
Grupos locais| Foto: Divulgação

A quadrilha internacional presa pela Polícia Federal (PF) que clonava cartões bancários e de crédito agia em dezenas de cidades do país e em duas do Paraná: Curitiba e Ponta Grossa. Na quarta-feira, a PF deflagrou em três estados a "Operação Pen Drive" que resultou na prisão preventiva de 17 pessoas - uma em Curitiba, no Paraná, duas em Santa Catarina e o restante em São Paulo.

Um homem foi detido em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. Ele se passava por empresário para cooptar funcionários. O esquema funcionava da seguinte maneira: chefiada por Reinaldo Menezes do Sacramento, a quadrilha cooptava funcionários de diversos estabelecimentos em todo país para que as máquinas de cartão, usadas para pagamento, fossem trocadas por equipamentos fraudados pelo grupo. Esses equipamentos permitiam a clonagem dos cartões.

A PF apurou que em Curitiba essas máquinas fraudadas de cartão foram instaladas em estabelecimentos com grande circulação de pessoas - como shoppings center, postos de combustíveis, lojas, supermercados, restaurantes, dentre muitos outros. Ou seja, ao pagar uma conta num destes locais, a pessoa tinha o cartão imediatamente clonado pela quadrilha. Com posse deste "novo cartão", os integrantes da quadrilha faziam saques no exterior - principalmente na China, Peru, Argentina, Rússia e Panamá.

Para colocar essas máquinas fraudadas, a quadrilha cooptava os funcionários dos estabelecimentos definidos como alvo pelo grupo criminoso. O empregado recebia de R$ 1 mil a R$ 4 mil da quadrilha - dependendo da movimentação do local, explica o delegado da PF Gilberto de Castro Júnior, responsável pela operação. O preso no Paraná, segundo a PF, seria uma dessas pessoas que cooptava funcionários. "Para desenvolver essa máquinas fraudadas, a quadrilha teve ajuda de um engenheiro de São Paulo identificado apenas como Chan. Ele levou oito meses para desenvolver esse sistema fraudulento", conta.

Milhares de vítimas

O delegado ainda não tem um levantamento de quantas pessoas podem ter sido lesadas pela quadrilha, mas a julgar pelos dois mil cartões clonados apreendidos e pelo tempo em que agiam (há mais de um ano), estima-se que são milhares. Cartões de diversos bancos foram clonados: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco Real, HSBC, Citibank, entre outros. "Inclusive os cartões com microchip de segurança (última tecnologia anticlonagem) eram clonados", conta o delegado. Centenas, talvez milhares, de estabelecimentos em todo o país podem ter sido alvos da quadrilha. O delegado diz que em Santos, no Litoral paulista, todos os caixas de grandes redes de supermercados estavam operando com máquinas fraudadas. "Em Santos, algumas pessoas do setor de processamento de dados do supermercado foram presos", disse. "Até agentes da PF tiveram os cartões clonados", completa.

Representantes das mais conhecidas bandeiras de cartão de crédito, como Visa, MasterCard e Credicard, estiveram em São Paulo, conversando com o delegado. "Eles se surpreenderam com o aperfeiçoamento da quadrilha", diz.

O setor de inteligência da PF deve agora ampliar as investigações para chegar até os funcionários corrompidos pela quadrilha. Os nomes dos demais presos, assim como os dos estabelecimentos, não foram divulgados pela PF para não atrapalhar o andamento das investigações. As duas pessoas presas em Joinville, em Santa Catarina, foram transferidas para Curitiba. Os presos em São Paulo só serão deslocados para Curitiba se houver uma decisão da justiça.

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