Motos e carros de luxo apreendidos na operação| Foto: Felippe Aníbal/ Gazeta do Povo
Suspeitos portavam uma submetralhadora e duas pistolas, que foram apreendidas
Ex-policial preso, acusado de integrar a

Um grupo apontado como a maior quadrilha de assaltantes de carros de luxo que agia no Paraná foi desarticulado, após um tiroteio ocorrido na manhã desta terça-feira (31), no bairro Mossunguê, em Curitiba. Na troca de tiros, um ex-policial militar morreu e outro foi preso em flagrante. Eles seriam os "cabeças" da facção. Quatro automóveis e duas motos foram recuperadas. Há indícios de que o bando tivesse ramificações no roubo de residências e de casas, além do tráfico de drogas.

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"A prisão deste grupo era a nossa principal meta", definiu o delegado Marco Antonio de Góes Alves, chefe da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV).

De acordo com a unidade, a quadrilha – conhecida como "Gangue dos Carecas" – tinha sua espinha dorsal formada por ex-policiais militares, que haviam sido expulsos da corporação. O grupo agia principalmente em cinco bairros nobres da capital: Mossunguê, Campo Comprido, Santa Felicidade, São Braz e Seminário. "Eles abordavam as vítimas com técnicas policiais, empunhavam as armas como policiais. A prisão deste grupo era a nossa principal meta", disse Góes Alves.

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Os roubos eram cometidos à luz do dia e ocorriam em ações rápidas: um ou dois bandidos abordavam as vítimas já com arma em punho, as retiravam do carro e fugiam. Em algumas ações, os suspeitos usavam máscaras balaclavas. Um levantamento feito pela polícia com base na descrição de boletins de ocorrências estima que a quadrilha tenha roubado mais de cem carros só em 2011.

Os dois últimos assaltos atribuídos ao bando ocorreram na manhã desta terça-feira. Em um deles, uma mulher foi rendida quando saía de casa com o carro, no Mossunguê. "Um deles [dos assaltantes] abriu a porta e encostou a arma na minha cabeça. Disse que poderia pegar meus documentos, que ele só queria o carro", contou a vítima, Gisele Assunção.

Entre os alvos da quadrilha, estavam automóveis importados. Segundo a DFRV, os veículos levados pelo grupo eram direcionados a Santa Catarina, onde outra ponta da quadrilha receptava os carros. Na operação, foram apreendidos um Jetta, um Renault Megane e dois Nissan Sentra, todos roubados. Também foram recolhidas duas motos CBR, sem alertas de furto ou de roubo.

O tiroteio

A DFRV monitorava a quadrilha há nove meses. Segundo o delegado, neste período os policiais estiveram perto de prender o grupo em pelo menos três oportunidades. Na manhã desta terça-feira, após os dois assaltos cometidos pelos bandidos, equipes da DFRV foram às ruas tentar interceptar os acusados.

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Os suspeitos estavam em um Nissan Sentra, localizado pelos policiais na Rua Paulo Gorski, atrás de um supermercado da região. Uma viatura descaracterizada da Polícia Civil fechou o carro dos bandidos. Eles tentaram escapar, dando marcha à ré, mas bateram em outro carro da polícia, que dava cobertura.

Segundo o delegado Anderson Franco, adjunto da DFRV, um dos suspeitos disparou contra os policiais, mas foi atingido por vários tiros e morreu dentro do carro. Ele foi identificado como o ex-soldado da PM, Moacir Possamain Girardi, de 30 anos, que tinha dois mandados de prisão em aberto por roubo.

O outro acusado, o também ex-policial militar Marco Antonio Maulone, de 39 anos, portava uma submetralhadora calibre .40, mas não conseguiu abrir fogo e acabou se entregando. Segundo a DFRV, Maulone tem quatro mandados de prisão em aberto, por roubo, formação de quadrilha e associação para o tráfico. A submetralhadora e duas pistolas calibre 9 milímetros foram apreendidas.

A casa de Girardi seria usada como o "quartel-general" da quadrilha. Na residência é que os policiais encontraram as motos e os carros apreendidos. Segundo o delegado Góes Alves, as investigações serão aprofundadas com o objetivo de identificar outros integrantes do grupo. "Prendemos os principais membros da quadrilha, mas ainda tem outras pessoas", disse.