A Polícia Civil desmantelou na manhã desta segunda-feira (6) uma quadrilha especializada na falsa venda de máquinas hospitalares, celulares e outros produtos a médicos e clínicas de radiologia de Curitiba e Região Metropolitana. Batizada de “Operação Evangelium”, a ação resultou na prisão de quatro pessoas com idade entre 29 e 37 anos. Há suspeita de que eles tenham lesado os clientes em mais de R$ 1 milhão. A princípio, o golpe teria sido aplicado em quatro pessoas.
Ao todo, 11 mandados judiciais foram cumpridos durante a operação, sendo quatro de prisão e sete de busca e apreensão, em bairros como Portão, Água Verde, Novo Mundo, Fazendinha, Cajuru e no município de Colombo. Segundo o que foi apurado durante as investigações, as principais vítimas da quadrilha eram médicos e proprietários de clínicas radiológicas.
De acordo com o delegado titular da Delegacia de Estelionato de Curitiba, Wallace de Oliveira Brito, o grupo era composto por dois casais. Ambos comercializavam mercadorias importadas com preço atraente. Apesar de prometerem agilidade na entrega, a mercadoria nunca era repassada aos compradores. Os produtos sequer existiam.
Ainda conforme o delegado, um dos casais é dono de uma escola particular no bairro Água Verde. O estabelecimento, segundo ele, seria usado para a lavagem de parte do dinheiro obtido nas fraudes. “Nenhuma pessoa recebeu a mercadoria. Eles utilizavam a fama que tinham no mercado por serem donos de um colégio e cometiam as fraudes. Todos os envolvidos no esquema criminoso foram presos durante os cumprimentos de mandado judicial”, assinala Brito.
Os quatro detidos responderão pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica, documental, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Os suspeitos permanecem presos à disposição da Justiça.
Acusados garantem que produtos existem
- Durval Ramos
Segundo o advogado dos quatro acusados, Leonardo Buchmann, os clientes dele afirmam que todos os trâmites envolvendo a importação dos produtos são legais e que houve apenas um desentendimento com alguns compradores que se sentiram desconfortáveis com a demora na entrega. “Por desconfiança, alguns deles procuraram a delegacia”, diz o advogado.
À defesa, o dono da escola garantiu que realmente fez a importação dos itens — ao contrário do que aponta a acusação. “Ele [o dono da escola] diz que os comprovantes de compra de todos esses produtos existem. Ele foi categórico na licitude do negócio”, conta o advogado. No entanto, o próprio Buchmann diz ainda não ter visto essas notas.
Em relação à acusação de que a escola era usada para ”limpar” parte do dinheiro do esquema, o advogado defende que não existe lavagem de dinheiro, já que a empresa e as contas estão no nome de um dos clientes. “A escola se paga e dá lucro. E ele fazia essas transação eventualmente. Alguns valores entravam na conta da escola, mas não a usava para lavar”. Além disso, ele aponta que os outros três acusados são apenas funcionários da instituição e não tinham acesso à parte financeira do negócio.
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