Velocidade
Após redução, acidentes caem em São Paulo
A redução do limite de velocidade em rodovias pode diminuir o índice de acidentes. Na Via Anchieta em São Paulo, rodovia responsável pela ligação entre a capital e as cidades do ABC paulista, o limite baixou, em abril de 2008, de 110 quilômetros por hora para 90 quilômetros por hora.
Radares: entre a segurança e a lei
A novela dos radares em Curitiba parece não ter fim. Na semana passada, a 3.ª Vara da Fazenda Pública negou o pedido do Ministério Público para que os radares fossem desligados. Até então a prefeitura estava descumprido o acórdão do Tribunal de Justiça do Paraná que decidiu, no início do mês, pela suspensão do contrato entre a Urbs e a Consilux, responsável pela administração dos equipamentos desde 2004.
Altas velocidades em áreas urbanas são tão perigosas quanto dirigir com concentração de álcool acima da permitida. Esta é uma das conclusões de um estudo organizado pela Universidade de Adelaide, na Austrália. Na ocasião, os pesquisadores constataram que 68% dos acidentes em vias urbanas envolviam veículos com velocidade acima da estabelecida. Pior: conforme a análise, que também reconstituía as ocorrências, 46% desses acidentes teriam sido evitados se os condutores respeitassem a lei. "Em área urbana com velocidade limitada, o risco de se envolver em acidentes dobra a cada cinco quilômetros acima desse limite", afirma a análise.O exagero no acelerador, portanto, independe de país. A gravidade das ocorrências, no entanto, depende e se multiplica em função de diferenças mínimas de velocidade e condições da pista (veja infográfico ao lado). Uma simulação realizada pelo coordenador do curso de Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Lauro Luiz Samojeden, mostra que um carro a 60 quilômetros por hora acerta um obstáculo postado a 25 metros com velocidade de 5 quilômetros por hora. Nas mesmas condições, um veículo igual a 65 quilômetros por hora acertaria a barreira a 25,5 quilômetros por hora. A diferença de cinco quilômetros se transforma em 20 no momento do acidente. "Quanto maior for a velocidade inicial, maior será a distância que o carro vai percorrer para parar", ressalta Samojeden.Análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), realizada no ano passado, baseada no banco de dados de 2004 da Polícia Rodoviária Federal (PRF), mostra que o excesso de velocidade é o fator responsável pela maior parte das ocorrências. Outras três causas, contudo, colaboram nos acidentes: falta de educação no trânsito, má condição e erros de engenharia de ruas e rodovias e o desenvolvimento urbano descontrolado em torno das estradas. A última causa, aliás, obrigou a rodovia que liga São Paulo ao ABC a baixar o limite de velocidade de 110 quilômetros por hora para 90 quilômetros por hora. E muitas vidas foram salvas pela iniciativa.Coordenadora de Educação para o Trânsito do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PR), Maria Helena Gusso Mattos considera que o motorista brasileiro, de maneira geral, excede a velocidade por confiar em sua habilidade. "Há pessoas que acham que dirigem muito bem e, por isso, nunca vão se meter em acidente", afirma Maria Helena. Só que o limite de 60 quilômetros na maior parte das vias urbanas não foi definido por acaso. "Isso é feito a partir de estudos e cálculos. O engenheiro de tráfego avalia todas as condições, como o tempo de reação, de frenagem e a distância para parar o carro", explica a coordenadora."O motorista tem um comportamento padrão. Quando avista alguém cruzando a rua a 50 metros, tende a acelerar e ainda a buzinar para que o pedestre corra", diz o psicólogo e consultor em projetos e ações sociais da Associação Brasileira de Educação para o Trânsito (Abetrans), Marccelo Pereyra. "Não se pensa defensivamente. No entendimento geral, é o pedestre que deve correr porque está atrapalhando o trânsito", acrescenta o também autor do livro O Motorista Brasileiro. Esse comportamento padrão, ilustrado em muitos desenhos animados, é realidade: o pacato cidadão, ao entrar em seu carro, se transforma em um ser agressivo e disposto a qualquer coisa para rodar com trânsito livre.
Essa relação equivocada do motorista com o trânsito é um dos reflexos da forma acelerada de vida da sociedade atual, conforme o psicólogo. "Imprimimos esse ritmo em todas as situações, inclusive no trânsito", explica Pereira. E o resultado desse comportamento, conforme o consultor da Abetrans, é a perda da já escassa educação nas ruas do Brasil. "Não se trata de um desejo explícito, mas já está incorporado ao inconsciente coletivo que devemos dirigir em velocidade", afirma. "É necessário rever esse padrão", completa.
Violência
A falta de entendimento do trânsito como espaço coletivo a deseducação, citada por Pereira também resulta em atos de violência. Há cerca de dez dias, um menino de 2 anos morreu após ser baleado no pescoço em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Os tiros foram disparados após uma fechada no trânsito e consequente discussão. "A forma de direção e as ações no trânsito dependem do estado emocional do motorista. Como há esse contexto neurotizado na sociedade, ele tende a usar o carro de forma errada. E suas reações, muitas vezes, são exageradas", afirma Pereira.
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