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A quantidade de ratos encontrada no distrito de Guará, em Guarapuava, assustou os técnicos da 5.ª Regional de Saúde. "É realmente uma ratada (termo usado para definir uma superpopulação)", afirma o técnico em Epidemiologia, Rilson Mota. Numa área com diâmetro de 3 quilômetros, são milhares. Ontem foi realizada uma operação para coleta de material que tem por objetivo identificar se a espécie de roedores que invadiu a região é mesmo do tipo transmissor da hantavirose.

A falta do equipamento específico atrapalhou o trabalho. Todo o kit de segurança custa R$ 6 mil e a regional não dispõe de nenhuma unidade. Como a transmissão ocorre de várias formas, inclusive pelo ar, os técnicos não podem ter contato algum com os animais. Mas, carcaças de ratos mortos foram encaminhadas para um laboratório em Curitiba e depois de determinada a espécie deverão ser enviadas para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, que irá analisar se os ratos estão contaminados com o hantavírus. O resultado deve ser anunciado em poucos dias, já que há pressa. "Devemos tomar medidas preventivas e precisamos saber com o que estamos lidando", destaca Mota.

Para o técnico, não resta dúvida de que se trata de um caso de desequilíbrio ambiental provocado pelo excesso de oferta de comida. Os ratos estão se alimentando de brotos de taquara, que estão passando por um processo de renovação que só acontece de 30 em 30 anos. "Encontramos muitos brotos roídos", conta. Logo as taquaras irão secar e não haverá comida para tanto rato. "Será então a hora dos agricultores se cuidarem, principalmente em paióis de milho", diz. As famílias do distrito estão sendo orientadas sobre quais medidas devem ser tomadas para evitar contaminação.

A orientação é não exterminar os ratos. Mesmo os animais mortos oferecem risco, em menor escala. Além disso, com o fim da abundância de alimentos, eles devem praticar o canibalismo, garante o técnico. Assim, em pouco tempo a população de ratos deve voltar ao normal. A Regional emitiu um alerta a todos os hospitais. A internação de qualquer pessoa com sintomas semelhantes aos da hantavirose deve ser comunicada imediatamente. Médicos e enfermeiros participarão de um curso no dia 10.

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