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Curitiba

Quarteto acusado de aplicar golpes em revendedora de carros está foragido

Pátio da Ouro Car, onde se aplicaram golpes em pelo menos 15 clientes, segundo a polícia | Neimir Cristovao / 8º Distrito Policial
Pátio da Ouro Car, onde se aplicaram golpes em pelo menos 15 clientes, segundo a polícia (Foto: Neimir Cristovao / 8º Distrito Policial)
Faixa foi a única apreensão da polícia nesta manhã |

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Faixa foi a única apreensão da polícia nesta manhã

Imagem de Alice de Latre, procurada pela polícia |

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Imagem de Alice de Latre, procurada pela polícia

Escrivã organiza as mais de 3600 páginas de investigação que apontam Alice de Latre como golpista |

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Escrivã organiza as mais de 3600 páginas de investigação que apontam Alice de Latre como golpista

A empresária Alice de Latre, suspeita de aplicar golpes em pelo menos 80 clientes em duas revendedoras de veículos, e três cúmplices estão foragidos da polícia. Policiais tentaram, na manhã desta quarta-feira (22), cumprir mandados de prisão temporária e o seqüestro dos bens da empresa, mas a revendedora Ouro Car, que fica no bairro Capão Raso, em Curitiba, foi esvaziada. A única apreensão da polícia foi uma faixa pendurada diante do portão da empresa, onde está escrito: "Fechado por motivo familiar. Reabriremos na próxima 4ª feira. Obrigada pela compreensão". A mensagem também traz telefones celulares, que estavam desligados até o fechamento desta matéria.

A polícia apreendeu 21 veículos da outra revendedora de Alice, a Dany Multimarcas, do bairro Portão, no dia 22 de setembro. A empresária, que tem 49 anos, buscava anúncios de venda de carros e prometia revendê-los rapidamente com uma pequena margem de lucro. Os carros eram deixados em consignação nas lojas dela. Eram praticados dois golpes: 1) com a documentação dos interessados em comprar os veículos ela dava entrada em novos financiamentos. Depois, dizia que o crédito não havia sido aprovado, mas embolsava o dinheiro; 2) os carros eram vendidos sem a documentação, ou seja, permaneciam em nome da pessoa que deixou consignado o veículo. A loja ficava com o valor integral do carro. Segundo a polícia, os golpistas chegaram a ganhar mais de R$ 200 mil reais enganando clientes.

Logo depois da apreensão, foi solicitada à Vara de Inquéritos Policiais a prisão preventiva dos envolvidos nos golpes e a apreensão dos bens da Ouro Car, revendedora cujas investigações policiais apontaram como sendo também de propriedade de Alice. A vara negou a prisão preventiva, mas concedeu prisão temporária. Das mais de 80 queixas-crime registradas na delegacia envolvendo Alice, pelo menos 15 eram de clientes queixosos da Ouro Car - o restante era da Dany Multimarcas. "Os suspeitos aplicavam esse golpe há pelo menos dois anos. Começaram ‘devagarinho’, mas desde a metade do ano resolveram escancarar", afirma o superintendente do 8º Distrito Policial, Neimir Cristóvão.

Além de Alice, a polícia pede a prisão da filha da empresária Danúbia Wais Bento, a nora Daniele Chitko e o provável amante Luiz Filipe Ferreira do Rego – a Ouro Car está no nome deste, mas a polícia acredita que se trata de um "laranja". O 8º Distrito Policial enquadra o quarteto nos crimes de formação de quadrilha e apropriação indébita.

De cara com o vazio

Uma equipe de policiais e dois oficiais de justiça foram por volta das 8h30 desta quarta-feira (22) até a Ouro Car, que está localizada na Rua Ouro Verde, número 195, tentar cumprir as determinações da Justiça. Mas se depararam com o terreno de cerca de mil metros vazio, sem carros ou qualquer pista do paradeiro do quarteto.

Na avaliação de um experiente funcionário vinculado a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, que prefere permanecer no anonimato para não sofrer represálias, a demora no processo para se conseguir os mandados beneficiou os golpistas, que agora estão foragidos. A fonte estima que um advogado teve acesso aos autos do inquérito e repassou a informação aos prováveis golpistas.

Calhamaço

Alice responde por quatro inquéritos policiais. Um deles tem mais de 3.600 páginas em 17 volumes, que reúnem provas, documentos e depoimentos das vítimas e golpistas. "É a maior investigação em termos de volume nesta delegacia há pelo menos cinco anos", estima Cristóvão. A escrivã Iara do Rocio Vaz conta que foram necessários cinco funcionários para organizar a papelada.

A reportagem deixou recados nas caixas de mensagens de dois celulares de funcionários da Ouro Car, mas não obteve retorno.

Quem tiver informações sobre o quarteto pode repassar ao 8º Distrito Policial pelo telefone (41) 33465644. A delegacia está localizada na Avenida Presidente Wenceslau Bras, 3968, Portão. A identidade do denunciante será mantida em segredo de justiça.

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