Cerca de 2 mil integrantes de movimentos de sem-terra ocuparam nesta terça-feira (05) a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Bahia, em Salvador. Os manifestantes, coordenados pelos grupos Movimento de Luta pela Terra (MLT) e Luta Camponesa, reivindicam principalmente a liberação de mais recursos para reforma agrária no Estado e melhorias na assistência técnica nos assentamentos. Uma pauta foi entregue ao superintendente do Incra na Bahia, Luiz Gugé, ainda durante a manhã.

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A manifestação faz parte do chamado Abril Vermelho, quando os sem-terra lembram o episódio que ficou conhecido como Massacre de Eldorado dos Carajás (PA), quando 19 trabalhadores rurais foram assassinados, em 17 de abril de 1996.

Já o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou nesta terça-feira (05) que seus integrantes ocuparam 32 fazendas no Estado desde o início do mês - 11 delas apenas no extremo sul, berço do movimento na Bahia. Segundo os dirigentes do grupo, a intenção é ocupar mais 18 até o dia 17, quando completam 15 anos do episódio ocorrido no Pará. O MST cobra mais rapidez na desapropriação de terras supostamente improdutivas no Estado. Segundo o movimento, há cerca de 20 mil famílias ocupando acampamentos na Bahia.

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O secretário de Agricultura do Estado, Eduardo Salles, organizou uma comissão para negociar com os manifestantes. Fazem parte o superintendente de Agricultura Familiar, Wilson Dias, o diretor de Pecuária da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola, Elionaldo Teles, e o coordenador de Desenvolvimento Agrário, Luis Anselmo de Souza, que vão negociar com as lideranças dos movimentos junto com o secretário de Relações Institucionais, Paulo César Lisboa.