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Depois de quase um ano em que foi danificado por uma tempestade e há poucos dias do início da alta temporada, o trapiche da praia de Nova Brasília, um dos principais pontos de embarque e desembarque da Ilha do Mel, continua sem conserto. O piso de madeira do atracadouro está caindo para um dos lados e há tábuas soltas. No último dia 7, o local foi palco de uma tragédia que revoltou os moradores da ilha. O menino Caetano Ribeiro Farias, de 4 anos, foi brincar no trapiche e caiu no mar. A irmã de 5 anos, Hagata Farias, única testemunha do acidente, não conseguiu avisar os pais a tempo de salvarem a criança.

Neste ano, a Gazeta do Povo publicou três reportagens sobre a má conservação e o perigo do trapiche quebrado. Durante a Festa da Tainha, em julho, o prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, chegou a quebrar uma tábua ao pisar no atracadouro. Depois do incidente, o local foi embargado e um trapiche provisório foi construído.

Para Rasca Rodrigues, diretor-presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), órgão responsável pela gestão da ilha, a morte da criança não tem nenhuma relação com o fato de o trapiche estar em más condições. "Foi uma fatalidade. Ele estava brincando de esconde-esconde nos barcos e caiu. A família mora na ilha e sabe que o trapiche está interditado. Foi um descuido deles deixar o menino sozinho", diz.

Para a prima de Caetano, Eléia Cristina Araújo, a morte poderia ter sido evitada se o atracadouro já tivesse sido demolido ou refeito. "Prometeram desmanchar o trapiche e construir um novo há quatro meses", afirma Eléia.

Segundo os pescadores da praia, o atracadouro flutuante usado como substituto do trapiche principal tem atendido bem a demanda de barcos na baixa temporada, mas pode trazer problemas quando o movimento aumentar. "O trapiche pequeno é bom, mas quero só ver como vai ser no verão, com tanto barco chegando na ilha. Se dois barcos grandes pararem juntos, é capaz de o trapiche afundar", alerta o pescador Reinaldo Ribeiro.

O presidente do IAP afirmou que já foi assinado um contrato com a empresa que vai fazer o conserto do trapiche. Segundo Rodrigues, o atracadouro poderá começar a ser usado novamente até o próximo fim de semana.

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