Preferência
Modelos populares ou de luxo são os mais visados pelos bandidos
Carros como os Fiat Stilo e Punto, e o Peugeot 307 têm índice de frequência de furto ou roubo superior a 1% e custam mais de R$ 40 mil, em média. Outros modelos visados são os populares, caminhonetes, SUVs e sedans.
De acordo com o delegado Renato Bastos Figueiroa, os veículos populares são os mais visados em Curitiba porque representam a maioria na frota. No entanto, o delegado alerta que veículos de luxo estão sendo roubados na capital por dois motivos: reposição de peças, para carros importados, e revenda depois de adulteração. Nesse caso, o alerta é de que não adianta verificar apenas a placa do veículo, normalmente clonada: é preciso checar o chassi. Esses veículos normalmente são revendidos por um preço muito abaixo do mercado, o que indica a fraude. "A grande maioria das pessoas sabe que está comprando um veículo com algum problema. Elas podem ser até presas por isso", diz.
Furto encarece cálculo do valor do seguro
A incidência de furtos e roubos de veículos influencia no cálculo do preço do seguro. Segundo dados da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), esses índices têm aumentado em todas as capitais. Em Curitiba, a quantidade de casos cresceu 11,06% em 2012. Por outro lado, o número de carros segurados recuperados também aumentou: foram 3.520 em 2011 contra 3.843 em 2012.
O presidente da Comissão de Seguro de Transportes da CNSeg, Fernando Cheade, explica que, para formular o preço do seguro, as empresas levam em consideração fatores como riscos de colisão, alagamento, incêndio, roubo e furto. A lógica é simples: maior risco tem a maior taxa e consequentemente o maior preço. "Se determinado modelo é mais atrativo para roubo, é possível que aquele modelo sofra piora na avaliação do risco. Se a frequência diminuiu, o preço vai sofrer redução", explica. Essa análise ainda leva em conta as regiões da cidade por onde o segurado circula.
Prevenção
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Quatro dos 75 bairros de Curitiba concentraram quase 25% do total de furtos e roubos de veículos na capital em 2012. Água Verde, Centro, Sítio Cercado e Portão tiveram 2.184 carros levados por assaltantes no ano passado, o que representa 23% das 9.434 ocorrências registradas. Levantamento elaborado pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape), da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), mostrou que de 2011 para 2012, o número de veículos furtados e roubados cresceu 9,22%. O documento mostra que esse tipo de ocorrência cresceu em 48 bairros da capital, diminuiu em 26 e se manteve estável em um.
INFOGRÁFICO: Confira a distribuição dos furtos e roubos de veículos em Curitiba
Os bairros com mais ocorrências se repetem nos últimos dois anos: além dos quatro citados, CIC, Pinheirinho, Boqueirão, Hauer e Rebouças também aparecem com frequência no ranking. Apesar dessa alta, a Sesp destaca que a quantidade de carros recuperados também aumentou: foram 4.122 veículos resgatados em 2011 contra 5.293 no ano passado (28,4% a mais).
Segundo o delegado Renato Bastos Figueiroa, titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Curitiba, esse tipo de crime costuma "migrar" pelos bairros, por isso há uma variação a cada ano entre os locais mais ou menos visados. "Os marginais são oportunistas e agem onde encontram mais facilidade."
O Água Verde, que lidera o ranking nos dois anos, é procurado pelos bandidos por ser um bairro residencial e pacato. Por outro lado, a CIC apresentou uma redução significativa: caiu de 427 para 341. Para Figueiroa, a redução está diretamente ligada à instalação de cinco Unidades Paraná Seguro (UPS) no bairro.
Em queda
O primeiro bimestre de 2013 registrou queda de 16% nas ocorrências de furtos e roubos de veículos na comparação com o mesmo período do ano passado. Além disso, houve aumento no número de prisões e de veículos recuperados. Para manter esses índices, Figueiroa aposta em um trabalho conjunto entre a inteligência da Polícia Civil, o trabalho ostensivo da Polícia Militar e o poder de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal, parceira na recuperação de veículos.
Os motoristas também podem colaborar na prevenção aos crimes. Para tentar evitar furtos, a orientação da polícia é de que os carros não sejam deixados estacionados em ruas com pouco movimento. No caso de roubos (quando há ameaça à vítima), é preciso redobrar a atenção ao entrar e sair do veículo e de casa. Também não é recomendado ficar parado dentro do veículo. Em caso de roubo, o registro rápido da ocorrência é determinante para a recuperação do carro. "Quanto mais rápido o alerta, mais fácil de recuperar", afirma Figueiroa.
Ladrões aproveitam segundo de distração
Poucos minutos são necessários para que um carro seja alvo de ladrões em Curitiba. Estacionar em um local ermo ou um momento de distração dentro do veículo são as deixas para que os bandidos ajam. O economista Lucas Dezordi passou por isso quando parou em frente ao prédio onde mora para buscar um celular em casa, no bairro Mossunguê. Ele e a mulher foram assaltados à mão armada por dois rapazes jovens que estavam parados na esquina. Eles deram voz de assalto quando viram o economista voltar ao carro. O crime foi no último dia 7, às 9h30. Os bandidos levaram carteiras e celulares, além do veículo, um Mégane, em uma ação rápida.
O mesmo ocorreu com a psicóloga Megumi Tokudome. No dia 29 de janeiro, por volta das 20 horas, ela deixou o carro estacionado na frente do prédio de uma amiga, que fica nas proximidades do cruzamento das Ruas Mateus Leme e Napoleão Lopes, no Centro. Quando voltou para pegar o carro e ir embora, perto das 22 horas, o SpaceFox não estava mais lá. A ação dos bandidos foi registrada por câmeras do prédio: eles precisaram de um minuto e quarenta segundos para levar o carro. "Duas pessoas se aproximaram e abriram o capô, entraram pela porta do passageiro e saíram com o carro. O alarme não tocou." Tanto Dezordi quanto Megumi registraram boletins de ocorrência prontamente, mas seus carros não foram recuperados.
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