Um estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal, órgão ligado à ONU) mostra que a evolução na direção do desenvolvimento sustentável do continente desde a Rio 92 não é tão positivo. Embora a economia da região tenha crescido, reduzindo o porcentual da população que vive na pobreza de 48% do total para 30%, essa evolução nem sempre foi sustentável.
Segundo o estudo A Sustentabilidade do Desenvolvimento 20 Anos após a Conferência para a Terra, a participação da região na emissão mundial de gases do efeito estufa, excluindo as emissões por mudanças de uso do solo, passou de 7%, em 1990, para 8% em 2005. O estudo mostra também que a região ainda sofre muito com desmatamento e falta de saneamento básico.
Mas, levando em conta as emissões decorrentes de alterações do uso do solo, contudo, a região perdeu participação no total de emissões de gases do efeito estufa, caindo de 13% do total mundial em 1992 para 12% no último levantamento, de 2005. Outro dado ambiental positivo é que, se na época da Rio 92, 9,7% da área do continente era de proteção ambiental, agora este porcentual está em 20,3%.
Favelas
Segundo o estudo da Cepal, a redução da pobreza na região é nítida. A proporção de pessoas no continente que vivem em favelas caiu de 34%, na época da Rio 92, para 24% em 2011. Outra preocupação é a "reprimarização" da economia da região, cada vez mais dependente da exportação de commodities (produtos básicos com cotação mundial, com minério de ferro, soja e petróleo) e a falta de investimento em tecnologia. Essa situação pode ampliar o debate ambiental, pois grande parte da produção agropecuária da região cresceu com desmatamento e com redução de biodiversidade.