A Revolta dos Colonos foi o estopim de um conflito agrário provocado pelo monopólio fundiário. Em 1938, o presidente da República, Getúlio Vargas, criou a Marcha para o Oeste, uma política para colonização das fronteiras agrícolas do país. Em 1943, por meio de um decreto federal, foi estabelecida a Colônia Agrícola Nacional General Osório (Cango) para ocupar uma faixa de 60 quilômetros de fronteira na região de Barracão e Santo Antônio.

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Os agricultores, a maioria vinda do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, recebiam entre 10 a 20 alqueires de terra e começavam a plantar. No entanto, eles não se tornaram proprietários das terras porque o governo havia usado as glebas para o pagamento de uma estrada de ferro entre os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, que seria construída por uma empresa inglesa ligada à Companhia de Estradas de Ferro São Paulo-Rio Grande. Com o passar do tempo, o estado do Paraná começou a reivindicar as terras, travando uma batalha judicial com o governo federal.

No final da década de 1940, o comerciante curitibano José Rupp – representado pela concessionária Citla (Sociedade Cleveland Industrial e Territorial) – havia alegado que a companhia de estrada de ferro lhe devia dinheiro e também reivindicou parte das terras do Sudoeste. Segundo relatos históricos, a empresa Citla pertenceria ao grupo do governador Moisés Lupion.

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Com apoio de Lupion, conforme a versão do fato que sobreviveu ao tempo, a Citla levou à região outras companhias para colonização da área. Dessa forma, os títulos de propriedade eram vendidos aos posseiros que já ocupavam as terras. Segundo os próprios colonos, as companhias os intimidavam com saques, roubos e estupros, obrigando-os a assinar o termo de compra da terra, estabelecendo o preço e obrigando-os a assinar notas promissórias para acertar o restante da dívida. Com isso, os posseiros já tinham os direitos de posse adquiridos, mas eram obrigados a pagar novamente. Depois da vitória dos Colonos, em 1973 haviam sido titulados 32.245 lotes rurais e 24.661 urbanos. A demarcação e titulação das áreas foi feita pelo Grupo Executivo para as Terras do Sudoeste do Paraná (Getsop), criado especialmente para repassar as terras aos colonos.