JaneiroAterro de ponte da BR-116 cede
2005 foi o ano da ponte que partiu e caiu. Por volta das 22h30 de terça-feira, 25 de janeiro, a ponte da BR-116 sobre a represa Capivari-Cachoeira, a 70 quilômetros de Curitiba, cedeu. Um caminhão que passava no local no instante em que a estrutura ruiu caiu no lago, matando o motorista. Três pessoas que estavam em outro caminhão ficaram feridas.
Segundo o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), o aterro na cabeceira sofreu uma espécie de avalanche, causada pelo acúmulo de água no terreno. Toneladas de terra e detritos desabaram, atingindo dois pilares, que não estavam preparados para tamanha pressão. Técnicos afirmam que era impossível prever a queda do aterro. Após um ano, a ponte da BR-116, principal via de ligação do Sul com o restante do país, ainda não foi reconstruída. A estimativa do custo da obra é de R$ 13 milhões.
FevereiroGrupo acusado de golpe milionário
Na terça-feira, 15 de fevereiro, três advogados paranaenses de renome foram presos pela Polícia Federal (PF), acusados de participação num golpe milionário contra a Eletrobrás, a Petrobrás e o Banco do Brasil. O então presidente da subseção de Curitiba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Michel Saliba de Oliveira, estava entre os detidos. As fraudes contra as três empresas teriam movimentado cerca de R$ 3 bilhões. Ao todo, a PF prendeu seis pessoas dentro da "Operação Big Brother".
Em outubro a operação virou ação penal na 4.ª Vara Criminal de Curitiba. O Ministério Público Estadual denunciou seis pessoas pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa: os advogados João Bosco Coutinho, de Pernambuco, José Lagana e José Xavier da Silva, além de Saliba, o analista de sistemas Cláudio Luiz Agner Rodrigues e o publicitário Sinei Geraldo de Oliveira Silva.
O juiz da 2.ª Vara Cível de Cascavel, Sidney Martins, também foi investigado pelo Tribunal de Justiça. Ele foi acusado de facilitar duas tentativas de golpes para o grupo, uma delas para sacar cerca de R$ 100 milhões de contas da Eletrobrás.
Megaoperação na Vila Torres
No último dia de fevereiro, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) empreendeu uma megaoperação que em três dias pretendia reduzir a criminalidade na Vila Torres, em Curitiba, e abrir caminho para a instalação de projetos sociais para melhorar a qualidade de vida dos 6 mil moradores. Mais de 700 policiais ocuparam a região e prenderam 20 pessoas no primeiro dia. Segundo a população, porém, toda a mobilização não evitou que os chefes do tráfico conseguissem escapar.
Mais de metade dos 6 mil moradores da vila foi inquerida pelos policiais durante os três dias de ocupação. Segundo a Sesp, foram 3.726 abordagens. A partir delas, ocorreram 37 prisões, por porte ilegal de arma, tráfico de drogas, furto, roubo, receptação, jogos de azar e caça-níquel. Além disso, foram apreendidas quatro armas de fogo e duas armas brancas. Dois casos de recuperação de objetos roubados chamaram a atenção. No primeiro, foram encontradas 40 bolsas de mulheres em apenas uma casa. A outra envolveu um homem que estava com 86 relógios roubados.
MarçoFalsa enfermeira rouba bebê
A vida imitou a arte na noite de sábado, 12 de março, em Curitiba: o roubo de uma recém-nascida, planejado e executado pela personagem Nazaré, interpretada por Renata Sorrah, que serviu de argumento para a novela "Senhora do Destino", transformou-se em pesadelo real para o casal João Batista dos Santos Carlos e Joseane de Fátima Baggio. A primeira filha deles, Gabriele, foi levada do Hospital Evangélico por uma mulher vestida de enfermeira. Ela fugiu com o bebê no colo pela entrada principal, a pé, sem ser percebida pelos seguranças.
A menina foi encontrada pela polícia menos de 48 horas depois. Gabriele estava num apartamento no bairro Sítio Cercado, na capital, junto com a falsa enfermeira que a roubou, a cabeleireira Márcia de Freitas Salvador, 32 anos. A mulher foi presa por agentes do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride). Ela esperava usar o bebê para reatar o relacionamento com o marceneiro Edson Luís Túlio, rompido no fim do ano passado, supostamente depois que ela sofreu um aborto espontâneo.
AbrilOperação prende oficial da PM
Na terça-feira, 5 de abril, a Polícia Federal (PF) prendeu o tenente-coronel da Polícia Militar Waldir Copetti Neves, além de outros cinco policiais militares, sendo três ex-integrantes do grupo Águia (serviço de inteligência da PM), sob a acusação de formar milícias armadas para proteger fazendas em áreas de conflito no estado. Outros dois trabalhadores sem-terra foram detidos na "Operação Março Branco". As prisões ocorreram em Curitiba, Ponta Grossa e Cascavel, por meio de mandados emitidos pela Justiça Federal de Ponta Grossa.
Copetti Neves ficou preso por 79 dias, até ser libertado, no dia 23 de junho. Ele negou as acusações de ter formado uma milícia armada para proteger fazendas da região de Ponta Grossa contra invasões e disse estar sofrendo perseguição política. Em entrevista coletiva, ele reconheceu que contratou PMs da reserva para fazer a segurança em uma propriedade sua, mas disse tê-los proibido de trabalhar armados. "Qualquer cidadão brasileiro pode contratar outras pessoas para cuidar de suas terras", argumentou na ocasião.
Imprensa perde Arnaldo Cruz
Na noite de quinta-feira, 28 de abril, o luto cobriu a imprensa paranaense: aos 55 anos, morria Arnaldo Alves da Cruz, diretor de redação da Gazeta do Povo. Ele estava internado no Hospital Nossa Senhora das Graças, onde fora submetido a uma delicada cirurgia, duas semanas antes. Arnaldo, como era chamado pelos colegas, iniciou a carreira no Diário Popular, de Curitiba, e na então TV Paranaense, Canal 12.
Ingressou nos quadros da Gazeta do Povo nos anos 70, marcando com talento e dedicação sua passagem pelos diversos cargos que ocupou, derepórter a editor e, finalmente, como diretor de redação.