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Tombini no comando do BC em um dos seus passos mais ousados. | Marcos Oliveira/Agência Senado
Tombini no comando do BC em um dos seus passos mais ousados.| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

a empresários

Antes de batalhar pelo impeachment, muitas entidades empresariais reivindicaram e aplaudiram medidas do governo que supostamente dariam impulso ao investimento e ao PIB, mas acabaram por arruinar as contas públicas e a economia. O pacote de renovação de concessões que derrubou as tarifas de energia foi defendido em propagandas na TV por Paulo Skaf, presidente da Fiesp. No fim, o Tesouro destinou bilhões de reais não só para garantir a queda de 20% prometida por Dilma, mas também para indenizar concessionárias que aderiram ao plano. Benefícios fiscais lançados por Dilma, de reembolso de impostos a exportadores à desoneração da folha, custaram caro ao contribuinte.

Quem deu o primeiro passo ousado da nova matriz econômica foi o Banco Central, sob o comando de Alexandre Tombini. Argumentando que a crise internacional tinha “viés desinflacionário”, o BC começou a reduzir a taxa básica de juros em agosto de 2011, com a inflação em mais de 7% ao ano, acima do teto da meta (6,5%).

E, de fato, o IPCA recuou na sequência, chegando em meados de 2012 ao menor nível no governo Dilma: 4,92% ao ano, ainda acima do centro da meta (4,5%). Os juros baixariam até 7,25% ao ano no fim de 2012, o menor nível da história. Em paralelo, a presidente obrigou os bancos públicos a baixar ainda mais o custo final dos empréstimos.

Mas o dragão estava apenas adormecido. No fim de 2015, a inflação chegaria a 10,67%, maior taxa desde 2002. E o próprio BC admitiria – discretamente, num relatório trimestral de inflação – que boa parte da pressão inflacionária dos últimos anos resultou daquela redução da taxa de juros.

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