Show com 16 toneladas de fogos de artifício no réveillon do Rio de Janeiro| Foto: Reuters

Com um show de 16 toneladas de fogos de artifício, o réveillon de Copacabana emocionou o público. A música sincronizada em toda a extensão extensão da orla e a redução da fumaça foram as boas novidades.

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Contrariando a previsão da meteorologia, não choveu durante a passagem do ano. Foi um dia de tristeza na cidade por causa das chuvas que atingiram a Região Metropolitana a partir da noite de quarta-feira (30).

O temporal provocou a morte de 19 pessoas e deixou quase três mil pessoas fora de suas casas na passagem de 2009 para 2010.

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Com a chuva dando uma trégua, a queima de fogos durou cerca de 15 minutos, e encantou o público. Entre palmas e gritos, muitos tiravam fotos com seus celulares na contagem regressiva unificada em toda extensão da praia. No mar de Copacabana, havia uma grande quantidade de barcos iluminados.

A PM estimou o público em dois milhões de pessoas.

Para o secretário de Turismo do Rio, Antonio Pedro Figueira de Mello, a avaliação do espetáculo foi a melhor possível: "Deus nos ajudou, todos os santos presentes aqui na Praia de Copacabana, principalmente essas duas milhões de pessoas que estão aqui nessa praia fazendo suas preces. A lua apareceu, foi tudo perfeito", disse o secretário, lembrando que o show de fogos custou R$ 15 milhões, sendo que apenas R$ 2 milhões dessa quantia de dinheiro público – o restante foi de patrocínios.

"O Scott Givens (responsável pela organização do espetáculo) cumpriu o que ele prometeu, sincronização perfeita, a contagem perfeita", acrescentou.

O próprio Givens não escondeu a felicidade. Para ele, foi emocionante ver a multidão curtindo o show, que saiu como planejado.

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"A chuva foi um desafio. Estive com medo da chuva, mas não poderia ter tido melhor tempo", disse.

Sincronia emocionou

Durante a queima de fogos, a sincronia entre música e fogos emocionou. Foi escolhido um medley de músicas da MPB, como Rio 40 graus e Cidade Maravilhosa. Entre cada trecho, oito desejos para 2010 eram anunciados, como amor e prosperidade. No céu, casados com a música, desenhos de montanhas, do calçadão e corações.

Por volta das 22h, o coronel Rogério Seabra, comandante do batalhão da Polícia Militar de Copacabana, informou que a noite seguia tranquila. "Não recebi nenhum relato de violência, agressão, roubos até agora", disse.

Segundo Seabra, o único chamado feito à PM foi sobre dois carros que abandonados em ruas internas de Copacabana.

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Já o plantão de médicos e enfermeiros nos postos de saúde não foi tão tranquilo. Foram realizados 695 atendimentos nos cinco postos até 2h30 desta sexta, cerca de cem a mais do que 2009, quando 578 pessoas precisaram de atendimento.

Choque de ordem, só em parte

O rigor da operação Choque de Ordem teve sucesso, em parte. Houve redução do número de ambulantes, mas não foi possível impedir o uso de garrafas de vidro e a venda de bebidas por ambulantes em isopores pequenos. Os fogos de artifício também passaram pelo bloqueio - a todo instante se ouvia o ruído da explosão dos morteiros "não oficiais". Churrasqueiras também eram vistas no calçadão, próximo ao palco principal.

Até as 22h, 279 carros tinham sido rebocados em Copacabana. Todos foram levados para o pátio do 23º BPM (Leblon), onde foi montado um posto avançado para retirada do veículo mediante pagamento em dinheiro da multa.

Por volta das 21h30, a assessoria de imprensa informou que o prefeito Eduardo Paes desistira de ir a Copacabana para a queima de fotos. Solidário com as vítimas das enchentes, Paes ficou com a família na residência oficial da Gávea Pequena.

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Ambulantes aproveitam oportunidade

Ambulantes aproveitaram a oportunidade para vender acessórios luminosos. As novidades foram os copos com luz e chaveirinhos que acendem. "Vi na TV o pedido do prefeito e resolvi inovar", contou o ambulante Lauro da Silva, que diariamente vende relógios em Campo Grande, na Zona Oeste.

Os turistas se mostraram atentos às novas regras da prefeitura, que proibiu vidro na praia. Três amigos colombianos levaram copos de plástico para beber o espumante, assim como a argentina Flávia Costilla, de 26 anos. Ela veio da provìncia de Salta em companhia do pai, mas ainda não conseguiu um dia de sol para tomar banho de mar. "Vou para Búzios, talvez tenha mais sorte lá", contou.

A movimentação em Copacabana começou a aumentar no fim da tarde, quando a chuva deu uma trégua. Uma família do Maranhão foi cedo para a praia, mas deixou em casa os copos de vidro. Selma Jorge, de 32 anos, explicou que, de vidro, só a garrafa de espumante, conforme recomendou a prefeitura do Rio.

Chaplin e Michael

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Depois que parou de chover, apareceram os tipos populares que fazem a fama do bairro. Sósias de Michael Jackson e Charles Chaplin fizeram graça no calçadão, próximo ao palco principal, nas imediações do hotel Copacabana Palace.

Cercados de fãs, eles deram autógrafos e tiraram fotos com o público. Aos gritos de "Michael Jackson não morreu", Roberto Muniz, de 40 anos, conta que se veste como o ídolo desde os 17 anos. Já Roberson Martins, de 32 anos, poeta, se veste de Charles Chaplin há três anos. Ele saiu de Campo Grande, na Zona Oeste, e chegou na praia ao meio-dia.