Festejar na rua é a motivação para ir ao Réveillon, dizem participantes
A turma de colegas da faculdade de Administração da Uninter estava em uma mesa de bar rodeada pela multidão. Mesmo assim, as mesas e cadeiras não eram alvo de muita procura e não havia filas para aguardar um lugar. "É a primeira vez que participo, mas viemos aqui para curtir a festa e o bar. Não faço ideia da programação do evento e não vi nada de diferente na organização, pra mim está ótima porque até agora está tudo tranquilo", relata o estudante Felipe Jacobs, de 22 anos.
Há também quem tenha com o local uma identificação de longa data. Carolina França, 29 anos e Juan José dos Santos, 21 anos, tem nas ruas do Largo o local do nascimento do namoro que já dura quatro anos. Desde que se conheceram em um bar onde ele trabalhava, os dois frequentam assiduamente o local. "Achei bem organizado o evento, sem tumulto ou brigas", diz Carolina. "É uma coisa boa [a festa], viemos aqui dar uma olhada no movimento e está legal, completa Santos.
Os que conhecem o evento de outros "carnavais", quando ainda acontecia na Praça da Espanha, relatam saudade dos tempos em que a festa era no Bigorrilho. Foi o que contou Aline Saldanha, de 21 anos. "Fui na Praça da Espanha, nos outros dois réveillons. Tinha mais gente participando e gostava mais quando era lá. Vim aqui hoje porque eu gosto de evento de rua, não importa onde seja, sempre vou", pondera.
Réveillon fora de época lotou a Praça da Espanha em 2011 e 2012
Em 2011, primeira vez em que o evento ocorreu, houve falta de estrutura no evento e a festa causou polêmica na região da Praça da Espanha. Cerca de oito mil pessoas participaram da primeira edição, número que dobrou na segunda.
Em 2012, a mesma praça registrou a participação de 20 mil pessoas. A estrutura melhorou e banheiros químicos foram instalados para atender ao público do evento. A polêmica continuou, e fez a prefeitura intervir neste ano.
O local do evento foi modificado e o poder público resolveu fornecer maior apoio à festa. Nesta terça-feira (26), em uma reunião na Fundação Cultural de Curitiba (FCC) entre representantes da prefeitura e da organização da festa houve acordo para que fosse fornecida infraestrutura aos participantes.
Uma queima de fogos que durou cerca de cinco minutos, a partir da meia-noite deste sábado, marcou a chegada do Réveillon Fora de Época. A festa, organizada pelas redes sociais, tinha expectativa de público de 15 mil pessoas - que confirmaram presença pelo Facebook. A Guarda Municipal, por sua vez, estimou em mais de 10 mil pessoas o público presente no evento, que aconteceu no Largo da Ordem, centro histórico de Curitiba. O trecho que teve o público contabilizado nesta estimativa se aglomerava entre a Igreja do Largo e o Palácio Garibaldi. A festa começou por volta das 22h, mas às 23h30 ainda havia gente chegando ao local, principalmente de ônibus. Após a meia-noite, o público já começou a dispersar.
Veja mais fotos do Réveillon Fora de Época.
A reportagem da Gazeta do Povo, que esteve no local, não constatou grandes aglomerações, mas havia um bom movimento de pessoas na região do Largo. Os bares abriram, mas não houve filas. As pessoas aproveitaram para ficar na rua. Em outros locais da região central, também havia aglomeração de pessoas. A Praça João Cândido, a Rua Almirante Barroso e a João Manoel tinha alto movimento de pedestres.
O trânsito de veículos também apresentou lentidão. Ruas do entorno da Praça Tiradentes ficaram com o tráfego complicado. Na Travessa Nestor de Castro e na Barão do Cerro Azul a situação era semelhante. Vários carros da prefeitura, incluindo veículos da Secretaria de Trânsito (Setran), circularam pela região. Banheiros químicos, conforme prometido pela prefeitura, foram instalados na área da festa.
De acordo com vizinhos do local da festividade, alguns participantes se anteciparam à "virada" e acenderam fogos de artifício antes mesmo do horário oficial para o início da festa. O público começou a chegar por volta das 19h. Durante todo o tempo, pessoas estouravam rojões, foguetes e sinalizadores do meio do público. Algumas pessoas ficaram assustadas em determinados momentos, mas não houve registro de feridos por causa das explosões - que chegaram a quebrar garrafas de vidro jogadas no chão próximo à fonte do Cavalo Babão.
Como a festa não tinha uma organização delimitada, não foi possível prever a programação e as atrações. A agenda do evento, no entanto, não foi a motivação da maioria do público a ir até às ruas do Centro Histórico. A maioria dos participantes não sabia o que estava para acontecer, apenas aproveitava a oportunidade de ficar na rua e aproveitar a noite de tempo agradável (ver box).
O local do evento, neste ano, no entanto, foi modificado depois que a festa virou alvo de polêmicas e protestos. Antes, o Réveillon em março acontecia na Praça da Espanha, no bairro Bigorrilho. Moradores e comerciantes da região reclamaram do barulho e da destruição do paisagismo da Praça.
Neste ano, o evento mudou-se para o Largo da Ordem e contou com apoio da prefeitura e da Polícia Militar. Durante uma reunião, na terça-feira (26), a prefeitura relatou que iria garantir a infraestrutura mínima, com banheiro químico, segurança, ambulância, orientação ao trânsito e limpeza.
Já a Polícia Militar (PM), informou que não foi notificada oficialmente da festa. Segundo a assessoria da PM, a corporação fez uma ação Operação 1ª Classe , no Centro da cidade, com o objetivo de manter a ordem durante a festa. No entanto, como não houve comunicado oficial, a operação não teve efetivo divulgado e oficialmente será para garantir a segurança como um todo, não especificamente do evento.
Segurança
A Guarda Municipal mobilizou cerca de 40 agentes para fazer a segurança do Réveillon. Oito motos e sete carros circulam pela região do Largo da Ordem. Já a Polícia Militar faz blitz no local, orientando motoristas e pedestres.
Ainda assim, algumas ocorrências foram registradas. Por volta das 23h, um grupo que estava em um ônibus da linha Fazendinha, abriu e saiu pelo vidro de emergência do veículo. Ninguém foi detido. Antes, por volta das 21h15, uma briga entre grupos rivais foi registrada na esquina da Vicente Machado com Visconde de Nácar, no Centro. Como ninguém quis prestar queixa, os brigões foram orientados pela Guarda e liberados. Não houve registro de feridos. Algumas pessoas foram flagradas usando drogas em pontos isolados, segundo a Guarda Municipal, mas nenhum balanço da situação foi divulgado.
Veja fotos do Réveillon Fora de Época
Bloqueios
O trânsito no Centro de Curitiba teve mudanças na noite de sexta-feira (1°) por conta da realização do Réveillon Fora de Época, no Largo da Ordem.
Os motoristas que seguiram pela Avenida Jaime Reis precisaram entrar à esquerda na Rua Almirante Barroso. O trecho a seguir ficou bloqueado por conta da festa. As ruas Trajano Reis e Mateus Leme foram interditadas no cruzamento com a Rua Treze de Maio. Outro trecho com bloqueio foi na Rua do Rosário, no cruzamento com a Travessa Nestor de Castro.
Veja no mapa os bloqueios no trânsito por conta do Réveillon Fora de Época
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