Foz do Iguaçu – Apesar de liberado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), o uso do fogo para limpar áreas de lavoura não deve ser autorizado na região de Foz do Iguaçu devido à proximidade com o Parque Nacional do Iguaçu. "Dificilmente o requerente vai conseguir nos convencer a emitir uma autorização para queimada na nossa região", diz o chefe do escritório regional do IAP, Jéferson Luiz Lira.

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A unidade do IAP em Foz compreende outros oito municípios, a maioria localizada no entorno do parque, margeado por propriedades rurais em quase toda extensão. "Hoje esta é uma atividade que deveria estar completamente extinta. O manejo do fogo sempre estará expondo essas áreas ao risco de um incêndio incontrolável, de grandes proporções", explica.

As queimadas estão liberadas em todo o Paraná desde 22 de fevereiro, depois da publicação da portaria n.° 31/2007, assinada pelo presidente do IAP, Vítor Hugo Burko. O documento suspendeu os efeitos de outra portaria, a de n.º 128, de julho do ano passado, que proibia a prática.

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"Apesar de legal, as queimadas são tecnicamente inviáveis e não são recomendadas pelos riscos de incêndio, mobilizações necessárias e pelos prejuízos que causam ao solo", afirma Lira. Comuns ainda no Norte do estado, para a limpeza dos canaviais, e no Sul e Sudeste, onde o terreno é mais acidentado e dificulta o acesso de maquinário, nas demais regiões paranaenses as queimadas aos poucos estão sendo abolidas pelos próprios produtores, que têm adotado técnicas menos prejudiciais.

"De acordo com as normas de segurança, o agricultor precisa fazer aceiros (valas para impedir o avanço do fogo), avisar os vizinhos com três dias de antecedência e solicitar a presença do Corpo de Bombeiros. Isso acaba sendo muito trabalhoso", explica o chefe do IAP, lembrando que o fogo provoca malefícios ao solo, o que mais tarde acaba se refletindo na própria produção agrícola por acabar com os nutrientes e com os seres que atuam na decomposição dos restos de plantas e animais.