A psicóloga Alexandra Cleto Vellozo da Costa (foto) tem 39 anos e está grávida do segundo filho. O primeiro – uma menina – veio quando ela tinha 29 anos. Os alertas de praxe do obstetra Wagner Dias, coordenador do programa Mãe Curitibana, da prefeitura, foram registrados, “mas sem neurose”. O filho foi planejado com o companheiro – com que a psicóloga acaba de se casar – e os riscos da idade acabaram sendo relativizados.
Alexandra se sente jovem – uma característica das mães tardias das classes médias e mais escolarizadas. Em geral, elas conhecem melhor o seu corpo, fazem exercício e veem como um passado longínquo o tempo em que uma mulher de 40 anos era vista como “velha”. A descrição que a futura mãe faz de seu estado impressionaria qualquer médico – fala com proficiência de sua pressão e do histórico com remédios, por exemplo.
“Faço o tipo confiante”, avisa, de posse do discurso das mães “no segundo tempo”, como se diz: é uma conquista, ninguém descansa porque está mais madura, a idade da maternidade foi estendida por questões profissionais. “E além do mais eu estava esperando por isso faz cinco anos. Mulher tem prazo de validade – tinha de ser agora”, brinca. “Quando eu era criança sonhava ter 12 filhos. Tive uma, vi que era bom. Vou repetir.”