| Foto: MARCELO ELIAS / GAZETA DO POVO

A parte da frente do biarticulado que invadiu uma loja de motos no Centro de Curitiba na madrugada de segunda-feira (24) continua no local, bloqueando uma das três faixas da pista da direita da Avenida Visconde de Guarapuava, nesta quarta-feira (26). Enquanto um impasse técnico atrasa o trabalho de retirada do veículo, a cena continua chamando a atenção das pessoas que passam pela avenida.

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A dificuldade de retirar o ônibus está no fato de o próprio veículo estar sustentando a edificação, já que a estrutura foi comprometida na colisão. A solução, apontada pela Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi), órgão ligado à prefeitura, é colocar bases metálicas de sustentação antes da retirada do biarticulado.

A Transporte Coletivo Glóriapretendia remover o veículo ainda na terça-feira (25), mas foi impedida por um problema técnico, segundo o engenheiro Jorge de Castro, da Cosedi, que acompanha o trabalho. "Achamos que estava tudo resolvido, mas quando chegamos lá descobrimos que faltava um laudo de um engenheiro que se responsabilizasse pela sustentação das estruturas metálicas que segurarão o prédio", diz Castro.

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Castro explica que são necessários três documentos, assinados por engenheiros, que autorizem a retirada do biarticulado. "Um engenheiro já analisou e se responsabilizou pela segurança na estrutura do prédio, que não há risco de desabamento; enquanto outro assinou um laudo em que se responsabiliza pela segurança das estruturas metálicas", conta. "O problema é que faltou um terceiro engenheiro que se responsabilize pela base de sustentação das estruturas metálicas, ou seja, alguém que analise o solo da área".

Assim, sem todos os documentos necessários, Nicolau Carlos Bigarella, um dos proprietários do imóvel que esteve no local na noite de terça-feira, diz que não permitiu que os trabalhos acontecessem. "Eu não podia deixar que fizessem alguma coisa fora da legalidade", justifica. Bigarella é dono do prédio junto com outros dois irmãos, e os três alugam o espaço para a loja de motos, que fica no térreo, e o hotel, no primeiro andar.

Bigarella informa que o imóvel tem seguro, mas não sabe se o documento cobre um acidente como este. "A seguradora ainda tem que analisar. O seguro é contra terceiros e contra incêndio, não sei se contempla colisão. É uma coisa muito difícil de acontecer", diz. Segundo ele, os custos para a reforma do imóvel não deverão ficar sob sua responsabilidade. "Por enquanto vamos aguardar até que encontrem um culpado legal pelo incidente", explica. "Não vou sair apontando culpados sem um respaldo jurídico".

O diretor da Transporte Coletivo Glória, Gelson Forlin está reunido durante esta manhã com engenheiros para encaminhar a liberação do terceiro laudo técnico que permitirá a retirada do ônibus. Enquanto isso, a empresa informa apenas que ainda não tem uma previsão de quando o trabalho será realizado.

Atração

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Nesta quarta-feira, a lataria do biarticulado foi alvo de vandalismo. Jean Carlos Gonsales, 20 anos, foi preso por volta das 3h em flagrante com a lata de spray de tinta na mão por dano ao patrimônio público pela Polícia Militar. Gonsales está preso no 1º Distrito Policial , que fica a uma quadra de onde está o biarticulado.

De acordo com a Diretoria de Trânsito (Diretran), da Urbanização de Curitiba (Urbs), não há formação de filas de veículos e o tráfego não chega a ser prejudicado nas proximidades do local, mas agentes de trânsito têm de controlar as pessoas que param para bater fotos do ônibus para impedir acidentes. Segundo a Diretran, a faixa da direita da Visconde de Guarapuava permanecerá impedida até que a remoção do veículo seja concluída.