Brasília – O senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) foi eleito ontem o novo presidente do Conselho de Ética do Senado. Com maioria no conselho, a base aliada do governo federal aprovou por nove votos a seis o nome do peemedebista – que disputou a presidência com o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM).

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A candidatura de Quintanilha surgiu depois que o PMDB rejeitou a indicação de Virgílio para o conselho. O senador tucano propôs um acordo com a base aliada para evitar a disputa pela presidência do conselho. Virgílio chegou a indicar o petista Aloízio Mercadante (SP) para a relatoria do processo contra Renan, mas o PMDB não abriu mão de disputar a presidência do órgão.

Pelo regimento do Senado, cabe à maior bancada da Casa Legislativa – o próprio PMDB – o direito de presidir o Conselho de Ética. Quintanilha vai substituir o senador Sibá Machado (PT-AC) na presidência do conselho. Sibá renunciou ao cargo terça-feira em meio ao impasse político para a escolha do relator no processo contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

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Apesar de ser do mesmo partido de Renan, o novo presidente do conselho disse que vai conduzir de forma isenta o processo contra o presidente do Senado. "Não pedi para ser presidente, para ser membro do conselho. Estou aqui para cumprir determinação do meu partido. Eu espero, no exercício dessa atribuição, preciso manter o compromisso com a verdade. Pretendo estabelecer comportamento balizado estritamente baseado nos ditames do regimento e da Constituição."

A polêmica renúncia de Sibá Machado (PT-AC) à presidência do Conselho de Ética do Senado provocou ontem uma batalha entre governo e oposição pelo controle do órgão, cuja principal atribuição será julgar o futuro do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB- AL). Parte dos senadores avaliou que o impasse favorece a estratégia de Renan, que trabalha nos bastidores para arrastar o desfecho do caso. Outros senadores crêem que o impasse só acirra a crise e o prejudica. Na noite de ontem, não havia sequer definição se seria realizada reunião do conselho para escolher o novo presidente.

Nos bastidores, havia ainda a avaliação de que a estratégia de Virgílio tinha participação do governador de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB), aliado de Renan, que ontem circulava pelos gabinetes do Senado.

A saída era uma tentativa de alçar ao posto de relator alguém com respaldo político na Casa e disposto a enviar o caso para o Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, um tucano à frente do conselho significaria um voto a menos contra Renan, uma vez que o presidente só vota em caso de empate.

A partir daí, as negociações migraram para dentro do plenário. Da cadeira da presidência, Renan participou das articulações enviando recados e bilhetes para seus aliados.

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Alijado do controle do conselho, o PMDB se insurgiu contra as articulações e propôs os nomes de Leomar Quintanilha (PMDB-TO) e Almeida Lima (PMDB-SE). Quintanilha foi para o "bate-chapa" contra Virgílio pelo comando do órgão.

A resistência do PMDB irritou os tucanos, que ameaçaram abandonar o conselho. "Não vamos concordar com nenhum arremedo", disse Virgílio.