Quinze pessoas foram presas em Paranaguá, no litoral do Paraná, ao longo do dia nesta quinta-feira (3), em uma operação contra o tráfico internacional de cocaína. A "Operação Deadline" da Polícia Federal (PF) ocorreu também no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Paraíba. Uma prisão ocorreu no na Paraíba, uma em Joinville (SC), três em São Paulo e cinco no Rio Grande do Sul. As demais prisões ocorreram em Paranaguá.
Ao todo, 25 pessoas foram detidas nos cinco estados e 27 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, segundo nota divulgada na noite desta quinta pela assessoria de imprensa da PF no Paraná. Além das prisões, cinco veículos e um barco de passeio foram apreendidos no Litoral do estado durante a operação.
Três pessoas presas em Paranaguá são de origem boliviana. Ao todo, 105 policiais federais participaram da ação.
Pela manhã, cinco pessoas foram presas no Rio Grande do Sul, três em São Paulo, uma em Santa Catarina e uma na Paraíba. O homem preso no Nordeste é fugitivo do Paraná, de acordo com a PF.
As investigações tiveram início em novembro de 2011. Havia indícios de que a droga era despachada por meio de contêineres do Porto de Paranaguá.
A PF apreendeu 129 quilos de cocaína durante as investigações. Dessa quantidade, 21 quilos foram apreendidos no porto de Rio Grande (RS). Houve apreensões de cocaína também no Porto de Valência, na Espanha, e no Porto de Antuérpia, na Bélgica. Nessas localidades foram apreendidos 38 e 70 quilos da droga, respectivamente. Não houve prisões na Europa. Os 129 quilos de cocaína foram avaliados em R$ 10 milhões.
Segundo a assessoria de imprensa da PF, cinco veículos e uma lancha foram apreendidos em Paranaguá. A PF também fez apreensões de dinheiro em Paranaguá e em São Paulo. No litoral do Paraná, a polícia apreendeu R$ 3 mil e 66 mil US$. Em São Paulo, foram localizados R$ 120 mil e 60 mil US$.
Esquema da quadrilha
A cocaína manipulada pela quadrilha era fabricada na Bolívia. A droga passava pelo Paraguai e era transportada para o interior de São Paulo. Do estado vizinho, a cocaína era levada para o Porto de Paranaguá.
Segundo a PF, a droga era exportada para a Europa e para a África em contêineres que saíam do porto paranaense. Funcionários de empresas marítimas do Porto de Paranaguá tinham envolvimento com a quadrilha. Eles monitoravam a chegada dos contêineres e o envio dos mesmos recheados com a droga para os dois continentes.
No Brasil, as duas ramificações principais da quadrilha funcionavam em Paranaguá e no interior de São Paulo.
A operação da PF teve sucesso porque contou com a participação das polícias da Espanha e da Bélgica. De acordo com o delegado da Polícia Federal Sérgio Luís Stinglin de Oliveira, que comandou a operação em Paranaguá, foi necessário permitir que um carregamento de cocaína saísse de Paranaguá já monitorado pela PF para que fosse possível descobrir qual era o destino dos contêineres. Apreensões de cocaína foram feitas nos portos de Antuérpia (Bélgica) e Valência (Espanha).
"O importante não foi apenas as prisões feitas, mas a descapitalização da quadrilha", afirmou o delegado Oliveira. Segundo ele, o total das apreensões totalizou R$ 3,5 milhões - incluindo dinheiro em espécie. A remessa de drogas que foi enviada para o exterior está avaliada em R$ 10 milhões no mercado europeu.
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