Em recente audiência pública, o secretário dos Transportes de SP, Mauro Arce, disse que as próximas concessões de rodovias a serem feitas pelo Estado seguirão à risca o modelo adotado no período Covas-Alckmin. Ou seja: cobrança de outorga às empresas, o que resulta em dinheiro para o governo investir em outras estradas e, por outro lado, em tarifas de pedágio muito superiores às estabelecidas no leilão de trechos realizado terça-feira pelo governo Lula – cerca R$ 11 a cada 100 km, contra R$ 2 nas federais. Mas ontem, tanto em Brasília quanto em São Paulo, muita gente envolvida no assunto apostava que algum ajuste no modelo paulista o presidenciável José Serra irá promover. "Na economia dá para explicar tamanha diferença; na política, não", resume um ministro.

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Pedágio 1 – Lula e Serra conversaram sobre concessão de rodovias durante encontro recente. O modelo paulista tem defensores no governo federal. Foi a ministra Dilma Rousseff quem bateu o pé pela opção mais barata para o usuário – o que o presidente, depois do resultado do leilão, considerou um "golaço". Pedágio 2 – Estima-se que, apenas com a concessão de um trecho do Rodoanel, o governo de São Paulo vá arrecadar R$ 1,6 bi em três anos.

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Hora do pesadelo – De Magno Malta (PR-ES), descrevendo o clima no Senado: "Estamos todos dentro de um elevador que enguiçou e não tem porta de saída". Encomenda – Antes de Renan Calheiros (PMDB-AL) promover a manobra que retirou seus incômodos correligionários Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS) da CCJ do Senado, o placar da comissão indicava um perigoso empate na apreciação do projeto que prorroga a CPMF. Se isso viesse a acontecer, é sabido que o presidente Marco Maciel (DEM-PE) arbitraria contra o governo. Desembarque – Gilvam Borges (PMDB-AP), que anteontem permaneceu em silêncio enquanto senadores se revezavam na tribuna para pedir o afastamento de Renan, não faz nada – nem mesmo ficar quieto – sem a concordância de seu chefe, José Sarney (PMDB-AP).

Impublicável – Ao chegar ao gabinete anteontem, Renan não economizou adjetivos para condenar o comportamento de Aloízio Mercadante (PT-SP) na sessão em que senadores pediram seu afastamento da presidência. Portas abertas – Além dos peemedebistas Valdir Raupp (RO) e Romero Jucá (RR), a líder do PT, Ideli Salvatti (SC), também visitou Renan no gabinete da presidência depois da sessão em que, cheia de reservas, juntou-se ao coro dos que pediam sua saída. Vida e obra – A atuação mais marcante de Francisco Escórcio, auxiliar suspeito de coletar informações para constranger adversários de Renan, no período em que assumiu o mandato de senador, entre 2001 e 2002, foi usar a tribuna para pedir ao então técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, que convocasse Romário para a Copa do Japão e da Coréia. Desafiante – Apoiado pela Mensagem ao Partido e por parte do antigo Campo Majoritário, o vereador Chico Macena vai bater chapa com seu colega de Câmara Municipal José Américo, homem de Marta Suplicy, na disputa pelo comando do PT paulistano, que coordenará a campanha na cidade na eleição de 2008. Esclarecimento – A pedido da assessoria de Paulo Renato Souza (PSDB-SP), não será mais publicado artigo com críticas à incorporação do Banco do Estado de Santa Catarina pelo BB que o deputado e ex-ministro da Educação encaminhou à Folha. O jornal revelou ontem que ele havia submetido o texto previamente ao presidente do Bradesco, Márcio Cypriano.

TIROTEIO

* Do deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), sobre a concessão de rodovias feita pelo governo federal, que passou o segundo turno da campanha de 2006 chamando o tucano Geraldo Alckmin de "privatista".

– A Justiça estabeleceu a fidelidade partidária. Lula consolidou a infidelidade programática.

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