Foz do Iguaçu - Para o Brasil alcançar a universalização dos serviços de saneamento seriam precisos investimentos na ordem de R$ 200 bilhões. Levado em conta o ritmo atual da aplicação dos recursos disponíveis, do crescimento populacional e da evolução urbana e rural do país, a excelência na coleta e tratamento do esgoto e distribuição da água potável a todos os brasileiros seria atingida no prazo médio de 15 anos. Atualmente, pouco menos da metade da população do Brasil (49,44%) possui rede de coleta e apenas 32% do esgoto gerado nas cidades recebe algum tipo de tratamento.
A projeção, considerada otimista, foi feita ontem pelo secretário nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, Leodegar Tiscoski, durante a Conferência Latinoamericana de Saneamento (Latinosan 2010), que segue até quinta-feira em Foz do Iguaçu, com a participação de representantes de 17 países da América Latina e Caribe. "O governo federal tem destinado R$ 10 bilhões por ano às obras. Esse volume deve subir para R$ 12 bilhões com o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)", adiantou. "Teremos também uma agilidade maior entre a seleção e o início das obras."
Os estados do Sudeste estão no topo da lista dos mais beneficiados, com R$ 17,4 bilhões repassados nos últimos quatro anos, metade do total liberado, seguidos do Nordeste (R$ 7,7 bi). Entre os estados do Sul terceiro no ranking , o Paraná conta com R$ 1,3 bilhão de R$ 4,6 bilhões divididos com o Rio Grande do Sul (R$ 2,1 bi) e Santa Catarina (R$ 1,3 bi). Em todo o país, mais de 70% das 1,8 mil obras já foram iniciadas e até o fim do ano, estima-se que pelo menos 80% sejam concluídas, o que garantiria elevar de pouco mais de 30% para 50% o volume de esgoto tratado.