O anúncio de racionamento em Curitiba e região metropolitana não pegou a população de surpresa. Mas mesmo assim, a iminente falta de água nas torneiras está causando muita polêmica. Que se deve economizar água é ponto comum. Porém, os leitores da Gazeta do Povo Online questionam o método, o tempo adotado e a falta de planejamento da Sanepar.
Os leitores puderam dar sua opinião sobre o rodízio de água que se abaterá sobre a região em fórum de discussão (clique aqui e leia todos os comentários). Entre eles está Maria Regina Aiko Deguchi, que depende da água que vem direto da rua. "Acho que (o racionamento) deveria ter começado mais cedo e o tempo de registro fechado deveria ser menor". O leitor Leonardo Fischer concorda com Maria. "Acredito que o racionamento deveria acontecer em períodos menores (12 horas) antes da situação chegar a ser tão crítica e então ir alterando o intervalo gradativamente conforme a necessidade. Com certeza o impacto causado à população seria muito menor", explicou.
A assessoria da Sanepar informou que o período de 26 horas foi escolhido por motivos técnicos. Segundo a empresa, se fosse adotado um tempo menor de racionamento iria sobrecarregar as equipes operacionais. Há também o fato de que com mais tempo sem água, a população notará a falta de água e acabará economizando mais.
Falta de informação
Se considerando do "contra", Reinaldo Pereira escreveu que foi "obrigado a concordar" com a medida. Mas lamenta o fato de ser morador de Curitiba há mais de 35 anos e ter sempre se confrontado com o mesmo problema em períodos de estiagem. "Faltou competência da Sanepar para resolvê-los."
O problema do sistema adotado pela Sanepar, segundo a leitora Simone Bordignon de Jorge, é a falta de informação sobre as áreas afetadas. "O que eu acho mais do que absurdo é o fato de dividirem os bairros e não avisarem quais ruas estão compreendidas em cada divisão. Concordo com o racionamento, mas esperar a água acabar pra saber em qual grupo estou é o fim de mundo", lamentou.
Quem possui acesso à internet pode tentar localizar sua residência no mapa fornecido pela Sanepar em seu site (clique aqui para acessar a tabela). A informação ainda não é precisa, mas serve como referência para ver qual área dos bairros divididos pertence a cada grupo. Para quem não tem acesso à rede, o jeito é esperar a água ser cortada durante o primeiro ciclo.
Disque denúncia
Edgar Ruszack enfatiza que é preciso mais campanhas junto à população. "Depois do retorno da normalidade do abastecimento, deve-se fazer campanhas de esclarecimento e de conscientização visando a economia de água e o fim do desperdício". Ela também sugere "multas pesadas" aos consumidores. Uma sugestão dada por Dirceu Guerra poderia coibir o gasto exagerado. "Gostaria que a Sanepar disponibilizasse um disque denúncia contra o desperdício e fosse enérgica aplicando multas."
De acordo com a Sanepar, a empresa não tem poder para coibir o desperdício. Informalmente, o usuário pode ligar para o telefone 115 e informar o local onde há gasto excessivo. A empresa tenta entrar em contato para sanar o problema.
Outro ponto polêmico atinge o atual sistema de cobrança da Sanepar. Muitos leitores afirmam que a tarifa mínima de consumo de 10 metros cúbicos não incentiva a economia. A alegação é que por mais que se economize, o morador acaba pagando o mesmo preço no final do mês.
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