Pouco mais de um mês depois do centro histórico de Curitiba ter amanhecido com adesivos racistas pregando o "orgulho branco" e do registro de agressões contra negros e homossexuais na capital, o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) da Polícia Civil prendeu onze integrantes de um suposto grupo de skinheads. Eles são acusados de práticas racistas.

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São quatro homens e três mulheres, além de quatro adolescentes, detidos em uma operação deflagrada na manhã de ontem e que, segundo a polícia, seriam alguns dos responsáveis pela distribuição de adesivos preconceituosos no Largo da Ordem. Eles também teriam participado de atos violência contra negros, judeus e homossexuais. Além disso, dois deles – o casal Eduardo Toniolo Del Segue, 25 anos, conhecido como "Brasil", e Edwiges Francis Barroso, 26 anos – foram reconhecidos pelo estudante homossexual e negro que foi ferido com uma tesoura no centro de Curitiba, no dia 18 de setembro.

Os sete acusados adultos – o casal Brasil e Francis e mais Estela Herman Heise, 20 anos, o namorado Bruno Paese Fader, 20 anos, André Lipnharski, 25 anos, Fernanda Keli Sens, 24 anos, e Drahomiro Michel, 28 anos – o "Gavião" – permanecem detidos em prisão temporária por até 30 dias ou até que o delegado-chefe do Cope, Marcus Vinícius Michelotto, conclua o inquérito.

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Já os quatro menores de 18 anos foram encaminhados à Delegacia do Adolescente, onde devem enfrentar processo segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente. "Todos eles vão responder por racismo e formação de quadrilha e o casal Brasil e Francis será acusado ainda por tentativa de homicídio, lesão corporal e ameaça, o que pode levar a uma pena acumulada de 40 anos de prisão", informou Michelotto.

Na casa dos acusados, o Cope apreendeu farto material de apologia ao nazismo, como bandeiras, livros – entre eles o Mein Kampf de Adolf Hitler – camisetas, fitas de vídeo, fotos do casal com outros skinheads e até de crianças fazendo a saudação nazista. Também foi recolhido um boneco representando uma caveira branca "enforcando" um boneco menor negro, três computadores, coturnos, uniformes e algumas armas, além dos CDs e do material de divulgação de uma banda de rock supostamente nazista.

Repressão

"É inadmissível que em pleno 2005 estejamos às voltas com práticas odiosas como a discriminação a negros, judeus e homossexuais, típicas de ratazanas que se escondem no esgoto. A polícia agiu muito rápido e demonstrou na prática a nossa filosofia de tolerância zero contra a intolerância", resumiu o secretário estadual de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, na coletiva à imprensa.