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A função dos radares no trânsito de Curitiba é mais preventiva do que educativa. De acordo com a Urbanização de Curitiba (Urbs), responsável pelo gerenciamento do trânsito, a fiscalização eletrônica tem apresentado bons resultados na redução do número de acidentes nos locais em que está presente. Por outro lado, o alto índice de multas nos primeiros dias de funcionamento dos novos pardais, em razão da mudança do local dos equipamentos, mostra que os motoristas não se comportam tão exemplarmente quando não sabem que estão sendo vigiados.

Na primeira semana com os novos radares, o número de infrações cresceu 650%, de 2 mil para 15 mil. A diretora de Trânsito Rosângela Batistella avalia que o crescimento foi normal, já que os locais onde os equipamentos estão instalados eram desconhecidos.

Para a coordenadora do Núcleo de Psicologia do Trânsito da Universidade Federal do Paraná, Iara Thielen, a finalidade dos radares não é educar, mas flagrar e punir. "O aviso da localização do radar tira essa função, pois as pessoas respeitam o limite de velocidade exclusivamente onde há radar", afirma. Segundo a psicóloga, os motoristas tendem a desrespeitar os limites de velocidade e a sinalização. "Quando há fiscalização, fala-se em indústria da multa, mas essa indústria da multa acabaria se não houvesse infração."

Uma das exigências na licitação dos radares era que os aparelhos fiscalizassem conversões proibidas e avanços de sinal. Rosângela diz que a necessidade de ajuste dos equipamentos não está relacionada com limitações técnicas. Segundo ela, o ajuste é necessário em razão das características de cada cruzamento. Só então poderá ser definido o tempo de retardo entre o fechamento do sinal e o registro das infrações. A Consilux, que venceu a concorrência, havia sido a única empresa aprovada na fase de análise técnica. O Instituto de Tecnologia do Paraná, empresa pública estadual contratada pela Urbs para a análise técnica durante a licitação, informou que não pode divulgar o resultado de nenhum tipo de laudo.

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