Familiares de Gustavo Pereira Rodrigues, 23 anos, saíram às pressas ontem de Carambeí, nos Campos Gerais, e passaram o dia em São Paulo procurando pelo rapaz, de hospital em hospital. A esperança é de que ele esteja ferido e inconsciente. O nome de Gustavo Rodrigues não consta na lista de mortos, machucados ou desaparecidos, mas ele ligou para a noiva, na terça-feira, avisando que teria uma reunião no prédio da TAM Express que foi atingido pelo Airbus. Desde então, não fez contato com a família e a mensagem no celular é de que o aparelho está desligado.
Rodrigues se formou no concorrido Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) no ano passado. Desde então, trabalhava na multinacional americana Bain & Company, que presta consultoria de negócios para a TAM. A empresa confirmou que ele deveria estar no prédio da TAM Express no horário do acidente.
A família, consternada, não atendeu a reportagem. Sabe-se apenas que a mãe do rapaz é Norma Rodrigues, dentista em Carambeí, que está com o laudo da arcada dentária do filho para os peritos fazerem comparações com as vítimas. Karine Andrea Carneiro, 21 anos, era noiva do consultor e foi morar com ele em São Paulo há três meses. "Temos esperança de que ele esteja em algum hospital", diz a avó da garota, aos prantos.
Essa não é a primeira vez que um morador da pequena Carambeí, que tem 17 mil habitantes, se envolve em uma tragédia aérea. O empresário Louwerinus Hoogerheide, de 48 anos, era um dos passageiros do Fokker 100 da TAM que fazia o vôo 402 e caiu em São Paulo, em 1996. Hoogerheide era diretor de vendas da Parmalat e deixou quatro filhos e a esposa.