A controvertida decisão de um pai em não pagar R$ 500 de fiança para tirar o filho da cadeia, em Londrina, Norte do Paraná, chegou ao fim no início da noite de ontem, quando, por uma decisão judicial, Rodolfo Martins, de 21 anos, deixou a prisão depois de nove dias de detenção. O próprio rapaz reconheceu que a lição dada pelo pai, em deixá-lo na cela para refletir sobre seus atos, foi uma atitude correta.
"Meu pai agiu certo. Estes nove dias serviram para eu pensar, dar valor à família que tenho. Sei que meus pais sofreram. Dei mancada com eles", desabafou Rodolfo, por telefone. Ele falou com a reportagem horas depois de deixar a prisão. Seu discurso é de quem mostra arrependimento e pretende mudar o próprio futuro. "Pensei nas minhas amizades na rua, que não são as melhores, e como foi ruim estar preso. Decidi que vou largar as drogas e voltar a trabalhar. Vou mudar minha vida", promete. "Mas tudo com o aval da minha família, porque descobri que sozinho eu só fiz coisa errada", completa.
A volta ao trabalho ainda não é uma garantia, assim como a internação numa clínica de reabilitação para usuários de drogas no interior de São Paulo como quer a família Martins. "Tenho que ver agora se ainda tenho trabalho", comenta o rapaz que trabalha no setor de impressão de um jornal de Londrina. Sobre a internação, a decisão será de toda a família. Se esta for a opção, Rodolfo deve ir a São Paulo na segunda-feira, onde deve iniciar o internamento na clínica Fazenda da Esperança.
Certeza mesmo é que o ato de dirigir bêbado pelas ruas da cidade terá conseqüências. O delegado de Polícia Civil Joaquim de Melo, que conduziu o inquérito, indiciou Rodolfo. O caso agora está na Justiça. O rapaz pode ser denunciado. Se condenado, pode pegar de seis meses a três anos de detenção, como prevê o artigo 306 do Código de Trânsito.
Rodolfo foi solto no fim da tarde de ontem por uma decisão da 3.ª Vara Criminal de Londrina. Segundo o advogado e primo de Rodolfo, Romildo Deodato Júnior, não foi preciso pagar a multa. "O Rodolfo só assinou o compromisso de comparecer quando for intimado judicialmente", comenta o advogado.
O pai, o representante comercial Juraci Martins, estava trabalhando no momento em que o filho foi solto. Ele diz esperar que o jovem dê uma guinada na vida e se mostra satisfeito ao saber que ele (Rodolfo) entendeu sua decisão de não pagar a fiança. "Fico feliz em saber que ele entendeu. Espero que agora as coisas mudem", diz Juraci. "É complicado para um pai dizer que essa é a última chance dada para um filho, mas tomara que não precise novamente", conclui.
Esta não é a primeira vez que Rodolfo se envolve em confusões. De acordo com a polícia, quando era adolescente ele foi detido por roubo, posse de drogas e porte ilegal de arma. A gota dágua aconteceu no domingo, dia 8 de julho, quando pegou o carro do pai sem autorização e saiu dirigindo bêbado pelas ruas de Londrina. Os danos causados pela direção perigosa foram apenas materiais. O próprio pai chamou a polícia, que prendeu Rodolfo minutos o depois.
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