A família de um rapaz morto ao ser baleado, na madrugada de sábado (17), perto do Largo da Ordem, em Curitiba, está revoltada com a maneira como a situação ocorreu. Segundo reportagem do telejornal ParanáTV 1.ª edição, desta segunda-feira, a Polícia Militar afirma que Edson Elias dos Santos, de 28 anos, estava armado e reagiu a prisão, por isso os policiais atiraram.
No entanto, uma testemunha que não quis se identificar, negou as informações divulgadas pela PM. A testemunha afirma que presenciou o fato. "Disseram que ele tava armado, mas eu não vi arma nenhuma. O cara (Edson) tava correndo de mão limpa. O policial pediu para ele parar e o cara parou. Ergueu a mão para cima, foi se entregar, só que desceu um outro policial da rua de cima. Desceu e não falou nada, simplesmente começou a atirar no cara. Outro policial que estava atrás ajudou a atirar também", revelou a testemunha.
Pelas primeiras informações divulgadas da PM, quatro policiais foram chamados para atender uma suspeita de roubo de carro e chegando no local encontraram três rapazes. Segundo a PM, dois deles se entregaram, mas Edson reagiu atirando.
Nesta segunda-feira, em entrevista ao ParanáTV, o tenente da PM, Eleandro Azevedo informou que seis policiais estavam envolvidos na ocorrência que terminou com a morte de Edson e que eles serão afastados. (Assista a entrevista completa com o tenente explicando o caso)
O rapaz morava em Rio Branco do Sul, região metropolitana de Curitiba, e saiu com amigos no sábado para ir para vir até a capital. Edson Elias dos Santos chegou morto ao Pronto Socorro do Hospital Evangélico, na madrugada de sábado.
Segundo o livro de registros do Instituto Médico Legal (IML), a morte de Edson foi causada por tiros, mas não foi informada a quantidade de balas que atingiu o rapaz. O laudo sairá em 20 dias. De acordo com o pai de Edson, Adival dos Santos, o rapaz foi morto por mais de 10 tiros. "Eu não sei como ele foi morto, só sei que ele tem uns 15 tiros. As costas dele está uma peneira, eu vi no IML", afirmou o pai.
"Eu quero uma explicação de qualquer jeito. Eu como mãe não agüento ver isso aí, quero uma explicação", disse revoltada a mãe do rapaz, Iraíde dos Santos. Segundo o tenente Azevedo, um Inquérito Policial Militar vai investigar toda a situação envolvendo os seis policiais, que acabou com a morte de Edson Elias dos Santos.
"Esses policiais, num primeiro momento serão afastados das atividades policiais e na seqüência o comandante do 12 Batalhão vai abrir um inquérito sobre o caso. Agora é precipitado falar o que vai acontecer com esses policiais. Precisamos esperar o desenrolar do inquérito", afirmou o tenente.