Uma agressão grave a um jovem de 19 anos pode ajudar a polícia a identificar o grupo que vem fazendo panfletagens racistas e homofóbicas em Curitiba. O rapaz, negro e homossexual, que não quer ser identificado, registrou um boletim de ocorrência ontem no 1.º Distrito Policial, no Centro de Curitiba, acusando um grupo de skinheads de tentativa de homicídio. A polícia já tem uma testemunha e segue com as investigações para identificar os agressores.

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No último dia 18, o rapaz saía de uma boate no centro quando foi abordado pelo grupo. "Cinco homens que estavam colando adesivos com os dizeres ‘Homossexuais molestam crianças’ atacaram o rapaz. Primeiro com uma rasteira e em seguida lhe desferiram uma estocada com uma tesoura na altura do abdômen. Enquanto estava caído, o rapaz ouviu diversos xingamentos e novas ameaças", disse o delegado Fauze Salmen.

O rapaz teve o intestino perfurado e ficou hospitalizado por cerca de uma semana. Hoje, ele deve comparecer ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar um exame de corpo de delito. "Nós estamos acompanhando o caso de perto e novamente pedimos à população que denuncie quando testemunhar casos horríveis de agressão como este", disse Silene Hirata, advogada do Grupo Dignidade, organização não-governamental que representa os gays, lésbicas, bissexuais e transexuais de Curitiba.

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A polícia já tem uma descrição preliminar dos agressores e os contatos com uma mulher que testemunhou a agressão. "Vamos contatar esta testemunha para que ela nos indique os nomes e endereços das pessoas que cometeram essa tentativa de homicídio", disse Salmen. A polícia deve indiciar os acusados por lesão corporal e tentativa de homicídio.

Na semana passada, adesivos com frases preconceituosas contra negros e homossexuais foram fixados em postes e placas da capital. Segundo Salmen, a agressão sofrida pelo rapaz pode ter ligações com os responsáveis pelos adesivos. "Dois deles eram carecas, um tinha as laterais da cabeça raspada – com um corte chamado ‘moicano’ – e dois tinham os cabelos compridos até o final das costas. Vamos apurar o caso com rigor", disse.