Ponta Grossa A 5.ª Regional de Saúde realiza hoje uma operação de emergência para tentar identificar qual é a espécie de ratos que está invadindo o distrito de Guará, em Guarapuava. O temor é que se trate do transmissor da hantavirose, doença grave que já registrou dois infectados numa cidade próxima. Nas últimas duas semanas, centenas de ratos estão sendo avistados na beira da rodovia BR-277. A suspeita é de que tenham saído da mata por causa da seca nas áreas taquara, principal fonte de alimento.
Nos arredores do posto da Polícia Rodoviária Federal, eles se amontoam assim que a noite chega. Os policiais estão tentando encontrar formas de se proteger da invasão. Água e alimentos estão sendo guardados em locais mais seguros para evitar qualquer tipo de contaminação. Além de ratoeiras e raticidas, os policiais apelaram até para a adoção de um gato. "Mas são tantos que ele até já enjoou", conta o policial Lindomar Hiller.
O felino foi trazido por um funcionário que limpa o posto, na tentativa de acabar com o problema à moda antiga. Outra alternativa que está sendo usada pelos policiais é matar a chutes os roedores. "Matamos de 10 a 15 por noite, quando conseguimos pegar, já que o bichinho é rápido", conta.
O técnico em epidemiologia da 5.ª Regional de Saúde, Rilson Mota, não recomenda a atitude que está sendo tomada pelos patrulheiros. Qualquer contato deve ser evitado. Caso seja mesmo de uma das espécies transmissoras, conhecidas como rato do arroz ou rato da taquara, a possibilidade de estarem infectados com o hantavírus é grande. Caso sejam ratazanas, o perigo é a leptospirose. Mota considera cedo para dizer se é um caso de superpopulação e deslocamento por falta de comida.
A operação que será realizada pela regional tem por objetivo identificar a situação e os riscos e informar a população sobre as medidas preventivas. O epidemiologista descartou qualquer possibilidade de exterminar os roedores, prática não recomendável por conta do desequilíbrio ambiental que pode causar e também porque, mesmo mortos, os ratos podem transmitir a hantavirose. A doença já provocou as mortes de sete pessoas na região. A transmissão para o homem ocorre geralmente pela inalação de poeira contaminada com fezes, urina ou saliva dos ratos silvestres infectados. Os sintomas iniciais são dores musculares e febre. Outros sintomas são dores de cabeça, tosse, náusea, vômito, diarréia e dor abdominal.
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