Depois de oito anos de discórdia, o governo do estado e as seis concessionárias que administram os pedágios do chamado Anel de Integração do Paraná se reuniram ontem em uma tentativa de restabelecer o diálogo. No encontro, o secretário estadual dos Transportes, Mário Stamm Júnior, propôs o adiantamento das obras de duplicação em trechos considerados prioritários e ainda uma revisão do porcentual da chamada Taxa Interna de Retorno (TIR).
O governo pretende adiantar já para o próximo ano o início da duplicação da BR-277 entre Medianeira e Cascavel e da BR-376 entre Apucarana e Ponta Grossa, obras que as concessionárias teriam até 2020 para concluir. "Esses trechos são considerados prioridade por concentrar grande volume de tráfego e acidentes e por ligarem polos industriais importantes do estado", explicou.
Segundo Stamm, uma revisão na TIR fixada em 20% na época de assinatura dos contratos, há 12 anos, permitiria uma redução nos valores de pedágio cobrados atualmente. "Quando essa taxa foi determinada, em 1998, o Brasil e o mundo viviam outra conjuntura, a economia era muito mais instável. Hoje, com uma maior estabilidade econômica, essa taxa poderia cair pela metade", afirma. Somente em 2009, as concessionárias arrecadaram R$ 1,08 bilhão.
Em nota, a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) informou que as empresas irão estudar a proposta e apresentar uma resposta em um próximo encontro, que deve ocorrer dentro de 30 dias.
"Mágica"
O advogado Arnoldo Wald, especialista em concessões públicas, considera que não há mágica possível na rediscussão de contratos de pedágio. Governo e concessionárias podem até se entender, com ambas as partes cedendo, mas como se trata de uma questão de equilíbrio econômico-financeiro, ampliar ou antecipar obras sempre vai impactar na tarifa. "Todo diálogo é positivo. É sempre melhor debater em conversas públicas do que levar o caso para a Justiça", aponta. Nas experiências que tem acompanhado, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, Wald conta que acordos estão sendo firmados.
Sobre a possibilidade de baixar a TIR, ele enfatiza que as concessionárias sempre apresentam argumentos fortes para não reduzir a "margem de lucro". "As empresas assumiram compromissos a longo prazo", salienta. Os termos envolvem razões usadas para a captação de investimentos e também retorno condizente com os riscos do negócio. Na maioria dos casos, as discussões sobre ampliação na quantidade de obras ou redução de tarifa normalmente resultam em ampliação de prazo de contrato, com as empresas ganhando o direito de cobrar pedágio por mais tempo. Essa possibilidade, no entanto, é rechaçada pelo governo.
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