Brasília O primeiro dos três dias de esforço concentrado terminou sem nenhuma votação no plenário da Câmara dos Deputados. Isso porque a base governista conseguiu obstruir a votação da medida provisória que reajusta o salário dos aposentados e pensionistas que ganham mais que o salário mínimo. A estratégia estava traçada desde segunda-feira, já que o Palácio do Planalto tenta evitar mais uma derrota.
A MP 291 reajustou o salário dos aposentados em 5%. No entanto, a oposição apresentou uma emenda que permite um aumento de 16,67% o mesmo índice em que foi reajustado o salário mínimo.
Enfraquecido no Congresso, o governo tenta evitar que esse reajuste seja aprovado para posterior veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Votação
O plenário chegou a aprovar em votação simbólica a emenda do deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), que prevê o reajuste em duas parcelas, uma de 5% e outra de 11,67%.
Dessa forma, o presidente Lula poderia vetar apenas a parcela extra sem colocar em risco o reajuste dos aposentados.
No entanto, o líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), pediu a verificação de quórum.
Apenas 184 votaram, abaixo do mínimo de 247 parlamentares. Antes da votação, 273 registraram presença no plenário.
Risco de prejuízo
Caso a MP não seja votada até o dia 10 de agosto, os aposentados poderão perder o reajuste de 5% e ficar apenas com os 3,21% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Os deputados que não registraram presença no plenário ontem poderão perder parte dos seus rendimentos. Quem registra presença em todos os dias de votação ou que justifica a falta ganha, por mês, um adicional de R$ 8.028,88.