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Fevereiro é o mês do reajuste dos salários dos motoristas e cobradores e também da tarifa técnica do transporte coletivo | Antônio More / Agência de Notícias Gazeta do Povo/Antônio More / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Fevereiro é o mês do reajuste dos salários dos motoristas e cobradores e também da tarifa técnica do transporte coletivo| Foto: Antônio More / Agência de Notícias Gazeta do Povo/Antônio More / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Com a aproximação do mês de fevereiro, cresce a expectativa do curitibano para saber de quanto será o reajuste na tarifa do transporte coletivo. Esse preço é calculado com base em diversos insumos, como salários, pneus e combustíveis. E o primeiro item dessa cesta a ser discutido é justamente o pessoal, que representa quase a metade desses custos.

INFOGRÁFICO: Impacto na tarifa técnica

Somadas as pedidas salariais dos trabalhadores, o impacto seria de, pelo menos, R$ 0,22 na tarifa técnica. Essa tarifa é o valor repassado pelo poder público às empresas por passageiro transportado. Hoje, ela esta valendo R$ 3,66. O cálculo do impacto foi feito pela própria reportagem com base nos dados disponibilizados pela Urbs em seu site.

O Sindimoc, sindicato que representa mais de 14 mil motoristas e cobradores – oito mil deles somente em Curitiba, pediu reajuste de 15% nos salários dos trabalhadores, além da equiparação do vale-alimentação dessas categorias ao vale recebido pelos funcionários da Urbs, isso daria um reajuste de 48% nesse benefício, e também um aumento de 30% no abono salarial recebido anualmente.

Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc afirmou que a categoria tem fortes argumentos para justificar a pedida de reajuste de 15%. “Tivemos uma perda na ordem de 10% entre os anos 2000 e 2009”, justificou. Segundo Texeira, a categoria agora espera um retorno dos empresários com o aceite da proposta ou uma contrapartida.

Já o Sindeemast, que representa os funcionários administrativos e de manutenção do transporte – aproximadamente três mil trabalhadores –, apresentou uma proposta de reajuste com a correção pelo INPC mais 5% de ganho real. A data-base do trabalhador do transporte é fevereiro. Esse índice ainda não foi atualizado sequer para janeiro, mas o acumulado dos últimos 11 meses indica que ele deverá ficar próximo dos 6%.

Agisberto Rodrigues Ferreira Jr, presidente do Sindeesmat, disse que já tem uma reunião agendada com os empresários para o próximo dia 9. O encontro ocorrerá na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. “Acreditamos que pedir um aumento de 15% é um pouco irreal. Nossa reivindicação é o INPC, mais 5%. Já encaminhamos isso oficialmente”.

A Urbs, empresa da prefeitura que gerencia o transporte coletivo, o Setransp, que é o sindicato patronal, e o Dieese, departamento que costuma auxiliar os sindicatos dos trabalhadores em negociações salariais, preferiram não fazer projeções com base nessa pedida inicial das categorias.

Atualmente, os motoristas do transporte coletivo de Curitiba recebem um salário de R$ 2.202 e os cobradores R$ 1.247.

Salários pesam, mas tarifa técnica tem outro lado

O valor da tarifa técnica não é reajustado exclusivamente em função do reajuste salarial dos trabalhadores. Entram na outra metade da cesta que compõe a planilha tarifária itens como a projeção de consumo de óleo diesel já com o preço reajustado de acordo com dados ANP, o desgaste de pneus, peças, lubrificantes, o risco da operação do ônibus hibrido e até os impostos exclusivos das empresas, entre eles o imposto de renda.

Alguns desses itens foram alvos do Tribunal de Contas do Paraná e outros questionados judicialmente pela última gestão da prefeitura. A data-base da tarifa técnica é 26 de fevereiro. Uma eventual reajuste nesse valor poderá acarretar também em aumento no preço pago pelo passageiro.

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