São Paulo A decisão tomada pelos líderes do Congresso de conceder reajuste salarial de 91% aos parlamentares na próxima legislatura provocou reações de entidades, movimentos sociais e no meio acadêmico, ontem.
Em nota, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disse que a medida faz crescer o "fosso entre os legisladores e o povo". "Um salário de R$ 24,5 mil, diante do salário mínimo de R$ 350, sinaliza mais interesses particulares do que a defesa da justiça ou gesto de partilha", avaliou.
Também em nota, a União Nacional dos Estudantes (UNE) chamou o reajuste de "inaceitável", e desafiou os parlamentares a conceder tal aumento ao salário mínimo.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) criticou o que classificou de "desproporção" entre os interesses dos trabalhadores e os do Parlamento.
A diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) se disse "perplexa" com o reajuste, "não pelos parâmetros salariais, mas pela forma como foi conduzido o processo, em final de legislatura e sem consulta à sociedade". A Fiesp, federação paulista das indústrias, disse que não iria se pronunciar porque "não tem relação com o assunto".
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) classificou o aumento como "mais um episódio escandaloso da crise do sistema de representação política no país".A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) chamou a medida de "imoral".
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