• Carregando...

Foz do Iguaçu – Um adolescente foi morto e outro ficou ferido durante rebelião de quase cinco horas, ontem, no Centro Integrado de Atenção ao Adolescente Infrator (Ciaadi), de Foz do Iguaçu. Dois educadores foram mantidos reféns durante o motim iniciado por doze menores que reivindicavam a transferência pra Curitiba e Londrina, cidades onde residem suas famílias. Em seguida, os internos fizeram um arrastão pelas demais celas, quebrando grades e cadeados e aglutinando mais trinta rebelados.

O Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar foi acionado, mas, segundo o comandante do 14.o Batalhão, major Simião Carneiro, não houve confronto. Quinze policiais civis, sob o comando do delegado-chefe da 6.a Subdivisão Policial (SDP), José Roberto Jordão, fizeram o acompanhamento tático da operação.

Uma hora depois do início da rebelião, o Siate foi acionado para atendimento de um menor – cujo nome não foi divulgado -, ferido com golpes de estoques (arma improvisada) na cabeça e no rosto. Ele foi encaminhado ao hospital e não corre risco de morte.

Já Eduardo da Silva Victorino, de 18 anos, também recebeu golpes de estoque e foi carregado para dentro da cela pelos rebelados. O corpo foi encontrado durante a revista que aconteceu logo após o fim da rebelião.

Apreensão

Do lado de fora do Ciaadi, parentes dos internos esperavam por notícias. "Meu filho ia sair no dia 4, mas por causa de uma briga na cela ele pegou mais 30 dias", dizia, angustiada, Elza dos Santos. Era a mesma apreensão de Maria Ramos de Almeida, cujo neto está internado há seis meses. "Que Deus ajude que nada aconteça a ele. Eu o criei desde bebê e agora tenho que entregar na mão de Deus", repetia, enquanto buscava por notícias.

O juiz Ruy Muggiati, da Vara de Infância e Adolescência, e o promotor da Vara de Infância, Marcelo Machado, assumiram as negociações com os menores. Além da transferência, eles também exigiam bebida alcoólica e cigarros, que foi negado. "Dez menores serão transferidos pela direção para outras unidades", afirma o juiz. A remoção deve acontecer nas próximas horas. Os educadores mantidos reféns nada sofreram.

Muggiati informou que as causas da rebelião serão investigadas por sindicância da direção da unidade, que vai encaminhar à Justiça os resultados, bem como os nomes dos responsáveis pela morte do adolescente.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]