A madrugada foi tensa dentro da unidade dois da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL II), onde presos permanecem rebelados desde o final da manhã de terça-feira (6). Pelo menos três detentos conseguiram fugir, sendo que um deles foi recapturado pela polícia. Não há informações sobre o nível de periculosidade dos foragidos. Também na madrugada, um dos reféns foi jogado do telhado. Ele foi socorrido pelo Siate e levado em estado grave para o hospital.
No início da manhã desta quarta-feira (7), o fornecimento de água foi restabelecido dentro da unidade e os presos receberam comida. Antes disso, porém, houve uma nova tentativa de fuga, desta vez contida pela Polícia Militar (PM). Segundo o Corpo de Bombeiros, ao todo, três detentos precisaram de atendimento médico. Dois pularam do telhado, tentando fugir, e o terceiro foi jogado. Todos foram encaminhados para o Hospital Universitário (HU).
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Leia a matéria completaA rebelião que tomou conta da unidade da PEL começou às 10h40 de terça-feira (6). Em um dos momentos mais graves, os presos informaram às autoridades que tinham 11 reféns. Às 21 horas, pelo menos cem familiares de detidos estavam nas proximidades do local.
O presídio está com mais de 1,2 mil presos, mas a capacidade é para 928. A confusão que culminou na rebelião começou durante o banho de sol dos detentos, que dominaram os agentes penitenciários. Os presos tomaram o presídio pela ala 21 e, na sequência, todos os outros espaços foram invadidos. Do alto do telhado, alguns presos encapuzados e armados com facas mostravam detentos que foram feitos reféns. Estes sofreram agressões.
Até as 21 horas de terça, não foi divulgada uma lista de reivindicações. No entanto, havia a informação de que os detentos reclamavam da rigidez da administração da PEL 2, da comida servida, da superlotação e dos maus tratos.
Durante a tarde de terça-feira, presos rebelados usavam celulares para se comunicar do telhado da penitenciária. Pelo menos dois detentos, ambos da ala chamada “seguro”, onde ficam aqueles condenados por estupro e abuso sexual de crianças e adolescentes, tentaram fugir dos rebeldes, pulando do alto do prédio. Eles se machucaram e foram socorridos.
Alguns presos estenderam uma faixa. No tecido, a inscrição de uma facção criminosa, o Primeiro Comando da Capital (PCC). Com pedaços de ferro e madeira, também quebraram telhas da unidade prisional.
Em um dos pontos do prédio, detentos quebraram todos os vidros de uma das guaritas de vigilância. Em outro, uma grande quantidade de fumaça preta era vista saindo das janelas, o que indicava possivelmente colchões incendiados. Ao longo do dia, mais fogo foi visto no prédio.
O Pelotão de Choque da Polícia Militar (PM) e veículos e motos das Rondas Ostensivas de Naturezas Especiais (Rone) chegaram ao local por volta das 14h30 de terça. Um helicóptero do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) também dava apoio à polícia por volta das 15h30. O Batalhão de Operações Especiais (Bope) de Curitiba veio às 20h30. Por segurança, a Rodovia João Alves da Rocha Loures foi parcialmente bloqueada.
O diretor geral do Departamento de Execução Penal (Depen), Luiz Alberto Cartaxo Moura, chegou a Londrina no período da tarde para acompanhar os acontecimentos. O órgão afirmou que uma negociação oficial com os detentos começou perto das 14 horas. O juiz da Vara de Execuções Penais (VEP), Katsujo Nakadomari, também foi chamado para acompanhar o diálogo com os criminosos rebelados, liderado por um grupo de negociadores da PM.
Apesar de alguns presos exibirem coletes e uniformes usados por agentes do Depen, o órgão assegurou que não havia funcionários da unidade entre os reféns.
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