Brasília O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), candidato à reeleição, afirmou ontem que não há espaço para uma prévia apenas entre os partidos aliados porque excluiria a possibilidade de um diálogo permanente com a oposição.
O candidato a presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP) propôs uma prévia entre as legendas da base. Segundo Rebelo, a eleição, marcada para dia 1.º é que escolherá o presidente da casa para os próximos dois anos.
"A composição da agenda da Câmara exige um diálogo permanente e uma confiança, sem excluir divergência, entre os partidos do governo e da oposição. Excluir de qualquer negociação os partidos da base é inaceitável. Eu creio que excluir a oposição contribui para o ambiente político de dificuldades nas atividades da casa", afirmou Rebelo.
Aliados dele entendem que Chinaglia, ao propor as prévias entre as siglas da base, assume que não tem trânsito e nem votos nas agremiações de oposição.
Rebelo negou também que tenha recebido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a oferta para ocupar o Ministério das Relações Institucionais em troca de desistir da disputa à reeleição pelo comando da Câmara.
Rodízio
Já Chinaglia disse ontem que a proposta que apresentou ao presidente nacional do PMDB, Michel Temer, de promover um rodízio no comando da casa está avançando. "Eu avalio que esse entendimento está bastante avançado, mas é claro que eu tenho que aguardar a reunião da bancada do PMDB", afirmou
Segundo ele, por sugestão de Temer, foi redigido um documento no qual foram expostos os motivos e as propostas de sua candidatura sendo a principal delas que o PT ocupe a presidência nos dois primeiros anos desta legislatura e que o PMDB faça a segunda indicação. "Só o PT e o PMDB, as duas maiores bancadas, podem fazer esse acordo."
Chinaglia disse ainda que mantém conversas permanentes com integrantes do PMDB, do PP e do PL, entre outros partidos, e que está bastante otimista "quanto a esse arco de apóio que nós temos também na oposição".