Uma megaoperação da Receita Federal vai atacar a pirataria, contrabando, descaminho e sonegação em Maringá, no Noroeste do estado. Aproximadamente 60 agentes, auditores, técnicos e fiscais de diferentes estados começam nesta segunda-feira um pente-fino nas empresas, ônibus e vendedores ambulantes na região. A ação é uma resposta ao assassinato do auditor Antônio Sevilha na quinta-feira (29).
"Faremos o que for necessário", anuncia o secretário geral da Receita Federal, Jorge Rachid, ao citar o crime como uma afronta ao estado. "Vamos superar qualquer resistência, agindo em bloco e não vai sobrar nenhum espaço". Ele esteve em Maringá acompanhando o velório e enterro do auditor na sexta-feira (30) e participou de reuniões no sábado na Justiça Federal e na Receita Federal, no centro da cidade, para definir as ações. De acordo com reportagem de Andye Iores da Gazeta do Povo desta segunda-feira, enquanto a Receita Federal ataca o sistema de economia ilegal, uma ação integrada entre as polícias Federal, Civil, Militar, Justiça Federal, Ministério Público e o serviço de inteligência de Brasília investiga o assassinato de Sevilha. O auditor estava concluindo procedimentos sobre empresas com suspeitas de importações ilegais e a Receita Federal evita comentar os casos para não atrapalhar as investigações, já que há a possibilidade da morte ter sido encomendada.
Questionados sobre a insistência das pessoas envolvidas em atividades ilegais que continuam agindo mesmo com as ações policiais e da Receita Federal, os diretores alegam que o trabalho não é em vão. "Estamos fazendo a nossa parte", comenta o delegado Décio Pialarissi, ao lembrar que 22 pessoas detidas na Operação Hidra em maio continuam presas e a quadrilha com atividades no Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foi desmantelada.
FiscalizaçãoA articulação continua esta semana. Rachid e o superintendente regional de Santa Catarina e Paraná, Luiz Bernarde, se reúnem com autoridades em Curitiba, enquanto Pialarissi tem reunião nesta segunda na prefeitura maringaense para definir participação de servidores municipais na fiscalização. Também estiveram em Maringá, o coordenador geral da Aduana Brasileira, Wladimir Morelatto, o coordenador geral da RF, Marcos Mello, entre outros.
Esta é a segunda vez que Maringá é alvo de uma operação desta natureza este ano. Entre março a maio a operação Tolerância Zero reuniu em iniciativa inédita as polícias Federal, Militar e Civil e a Receita Federal que vistoriaram estabelecimentos, apreenderam mais de R$ 2 milhões em mercadorias, além de drogas e veículos e efetuarem prisões em blitze diárias nos 23 municípios da região.
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