As obras de reconstrução da Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC), que teve 80% das galerias destruídas durante uma violenta rebelião em agosto do ano passado e que deixou um saldo de cinco presos mortos e 25 feridos, finalmente foram iniciadas. Na manhã desta quinta-feira (10), funcionários da empresa vencedora da licitação trabalhavam na montagem do canteiro de obras. Eles estão na unidade preparando o início das obras desde quarta-feira (9)
A Construtora Servo Construções Civis tem seis meses para concluir as obras, mas o governo do Paraná cobra agilidade e que o cronograma seja cumprido antes. De acordo com Ari Batista da Silva, diretor da PEC, os trabalhadores da empresa não terão contato direto com os presos, mas ressaltou que no decorrer das obras alguns presidiários trabalharão na reconstrução.
Assim que for reconstruída, a PEC volta a ter capacidade para abrigar cerca de 1.100 presos. Atualmente, a unidade está com 330, número que pode absorver. O custo da obra será de R$ 1,32 milhão.
Para acelerar as obras, a ideia é iniciar a reconstrução pelo telhado para garantir que, em caso de chuvas, os trabalhadores possam fazer normalmente o trabalho de reconstrução na parte interna.
José Aparecido da Silva, diretor da construtora, disse que este não é o primeiro presídio que a empresa trabalha e não vê problemas na questão de segurança dos funcionários. “A gente vai trabalhar onde não está habitado [por presos]”, afirma. Ele afirmou que serão duas frentes de trabalho uma na parte metalúrgica já que a estrutura metálica foi bastante danificada. A outra frente atuará na reconstrução do telhado.
As informações foram divulgadas na manhã desta quinta-feira. Apesar de uma entrevista coletiva ter sido convocada, a direção do presídio não autorizou a entrada dos jornalistas na penitenciária. A entrevista ocorreu em frente à unidade.
A subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) afirma que irá fiscalizar o andamento do trabalho e a qualidade do material utilizado. “Se possível vamos cobrar para que entreguem antes do cronograma previsto”, afirma o advogado Vitor Hugo Scartezini. Ele ressalta que delegacias da região, principalmente a cadeia pública de Cascavel, estão superlotadas com presos que poderiam estar na penitenciária. Com a reconstrução serão 800 vagas a mais no sistema.
Novela
A licitação para a reconstrução da PEC se transformou em uma verdadeira novela. Na primeira tentativa de licitar a obra, as empresas que participaram deram lances acima do valor global e o processo acabou cancelado. Houve uma segunda tentativa, mas a licitação foi deserta já que não houve interesse por parte das empresas em participar. Na terceira tentativa a empresa vencedora foi reprovada por não possuir acervo técnico para tocar a obra e, finalmente, a segunda colocada foi homologada e agora inicia as obras.
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