Metade de Xanxerê, no oeste de Santa Catarina, está destruída após a passagem de um tornado a 250 km/h na tarde de segunda-feira (20). Para reconstruí-la, o prefeito Ademir Gasparini (PSD) estima o prazo de um ano. Na cidade de 48 mil habitantes, o tornado deixou seis mil desabrigados, 120 feridos e dois mortos.
O dia em que Palmas ficou de luto
Em 14 de agosto de 1959, fazendeiros de Palmas, no Sudoeste do Paraná viveram horas de pânico com a passagem de um tornado que deixou ao menos 35 mortos. Por volta das 16h30 daquele dia, a velocidade do vento aumentou. Seguiu-se uma chuva de granizo. Os moradores se esconderam em suas casas. Cerca de duas horas depois, a natureza mostrou toda a sua fúria, com ventos que superaram os 200 km/h. É como se aquele vilarejo tivesse sido varrido.
Até hoje os moradores do local não sabem ao certo o que os atingiu. Suspeitam de que tenha sido um tornado. Casas foram destruídas, pessoas jogadas dezenas de metros longe de suas moradias, árvores arrancadas pelas raízes e rebanhos inteiros de gado foram dizimados.
Antes da reconstrução, ainda há o trabalho de resgate. As buscas por vítimas não cessaram. Até o fim da manhã desta quarta-feira (22) foram confirmadas as mortes de Alcemar Sutil, de 31 anos, e Deonir Comin, de 48.
Já para auxiliar na locomoção dos desabrigados, o Ministério da Integração Nacional solicitou 200 soldados do Exército. O ministro Gilberto Occhi, que visitou Xanxerê, também buscará recursos para a reconstrução das residências - cerca de três mil foram atingidas.
O governador Raimundo Colombo (PSD) decretou calamidade pública e vai destinar recursos do Fundo Estadual para o município, mas ainda não informou o valor da verba.
Enquanto o ministro do Trabalho, Manoel Dias, comprometeu-se a garantir o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para aqueles que tiveram perdas nas suas residências. De acordo com Dias, os pedidos de retirada do FGTS terão início nesta quarta-feira e a liberação pode sair ainda nesta semana.
Com base no formato da nuvem e o tipo de destruição constatada, a avaliação do meteorologista de plantão do Instituto Nacional de Metereologia (Inmet) Rogério Rezende é de que a cidade de Xanxerê, no Oeste de SC, tenha sido atingida por um tornado na tarde de segunda-feira (20).
O Inmet se baseou em imagens feitas por moradores e nas condições de tempo da região até concluir que o quadro se assemelha ao de um tornado. “Primeiro, o tipo de formação da nuvem, que era em funil e tocava o solo. Essas nuvens são como usinas de energia, há um movimento caótico de gelo, água e energia dentro delas. Tornado é o vento que sai em espiral de uma nuvem nesse formato, provocando efeito de redemoinho”, explica Rezende. O instituto ainda não fez avaliação oficial completa -- o que talvez nem ocorra, visto que são necessários dados precisos obtidos no momento do fenômeno.
Ainda com informações extraoficiais, o técnico acredita que o fenômeno durou cerca de três minutos e destruiu uma área de 200 a 300 metros quadrados. A situação define um tornado de grau 1 (a escala que mede a destruição de tornados vai de zero a 5). Os tornados são raros no país, mas geralmente atingem esse grau na escala, diz o técnico.
A estação meteorológica da Inmet em Xanxerê -- que fica a quilômetros da área central da cidade atingida -- marcou ventos de até 84 km/h. A propensão, porém, é de que dos ventos tenham ultrapassado os 130 km/h. Segundo o engenheiro agrônomo Ronaldo Coutinho, do Climaterra, os ventos chegaram a 200 km/h.
O meteorologista do Inmet afirma que o instituto tinha alerta de tempestade para a região atingida, mas ressalta que o tornado é um fenômeno difícil de prever. “Seria necessário monitorar a nuvem por algumas horas para se chegar a essa conclusão”, diz.
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