Os reflexos da maior tragédia que assolou o Litoral no Paraná no dia 11 março de 2011 ainda persistem em Paranaguá, Gauratuba, Morretes e Antonina. As árvores que foram arrancadas com a força da chuva estão no mesmo lugar e as pontes que caíram estão rodeadas pelo mato. Os moradores do Morro Inglês e da Colônia Santa Cruz, ambos em Paranaguá, sentem-se esquecidos pelo poder público.
INFOGRÁFICO: Veja o andamento das obras no litoral
O pequeno Eliedson Mendes Alves, de 8 anos, enfrenta um périplo diário para chegar à escola. Todos os dias ele tem de atravessar um pequeno rio de água corrente que se formou há 500 metros da escola. Alguns alunos da Escola Municipal do Campo, que moram na comunidade Santa Cruz e precisam caminhar sete quilômetros diariamente para estudar e também tem de atravessar uma ponte improvisada rodeada pelo mato. Isso porque sem pontes, o ônibus escolar não consegue chegar até a casa das crianças.
A situação ilustra as dificuldades que permanecem na região em função da burocracia. Apesar de a tragédia ter ocorrido em 2011, as obras só começaram no fim de 2013. Os primeiros recursos para a reconstrução das pontes R$ 15 milhões foram liberados pelo governo federal dois meses após a tragédia. Em fevereiro de 2012, o Departamento de Estrada e Rodagem (DER) diz que a União também aprovou o repasse de mais R$ 10 milhões para a região, mas que tudo atrasou porque os municípios não tinham certidões negativas para receber o dinheiro. Os casos só foram regularizados em setembro do ano passado.
Obras
Das 19 pontes que devem ser construídas a partir dos recursos federais, 14 estão em andamento. As outras 5 estão para iniciar. Com os mesmos recursos, o município de Antonina deve receber um muro de contenção na Avenida Leovegildo de Freitas, mas a obra ainda não saiu do papel porque aguarda a liberação de área por via judicial.
A reportagem da Gazeta do Povo foi até uma das pontes que estão sendo construídas no Morro Inglês e identificou que não havia maquinário no canteiro de obras. Um trabalhador que pediu para não ser identificado informou que parte da demora na construção é porque a única máquina da obra está sem freio.
Casas
Com as fortes chuvas de 2011, 35 famílias de Morretes perderam suas casas e mais 50 famílias precisaram ser removidas de áreas de risco de desabamento na região da comunidade de Floresta. A região, que tem como principal fonte de renda o cultivo de verduras, teve seu sustento comprometido pela catástrofe. De acordo com o prefeito do município, Helder Teólfilo dos Santos 85 casas construídas pela Companhia Paranaense de Habitação (Cohapar) já foram entregues. "Todos aqueles que foram prejudicados pelas chuvas já foram atendidos. Hoje a região de Floresta está recuperada", afirma o prefeito.
Em Antonina, no entanto, ainda existem 10 famílias desalojadas e morando nas subsedes da prefeitura. Das 53 casas previstas para o município, 43 foram entregues. As moradias restantes devem estar prontas até o fim de março.
Como Bolsonaro se prepara para reagir ao indiciamento por suposto golpe
Mentor do golpe ou quem o impediu: as narrativas em torno de Bolsonaro após indiciamento
“Era atendimento religioso”, diz defesa de padre indiciado com Bolsonaro
STF decide hoje o futuro da liberdade na Internet; acompanhe o Sem Rodeios
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião