Telêmaco Borba Depois de passar seis meses em tratamento contra a desnutrição no cativeiro do Criadouro Científico de Animais Silvestres da Klabin, em Telêmaco Borba (Região dos Campos Gerais), uma loba-guará de aproximadamente um ano foi devolvida ontem à natureza. O animal foi encontrado debilitado por um morador no quintal de sua casa no município de Tibagi, em março deste ano. Durante o tempo em que recebeu tratamento, a loba foi batizada como Tibagi pelos funcionários do criadouro.
Ontem, os passos da loba foram rápidos e os movimentos agitados dentro dos 2,5 mil m2 do espaço do criadouro destinado a ela. A equipe que cuidava de sua volta à natureza adaptou um pequeno portão para que Tibagi deixasse o cativeiro. Do lado de fora, foram colocadas algumas bananas e butiás para atrair a loba para a saída, mas ela ignorou. Agitada, andava de um lado para o outro dentro do seu espaço adaptado. Não se mostrou intimidada nem mesmo quando funcionários fizeram um cerco na tentativa de forçá-la a ir em direção ao portão.
Ela permaneceu inquieta por cerca de meia hora e só se mostrou encorajada a sair depois que os funcionários abriram um portão maior, cortando o arame que cercava o cativeiro. Ainda assim, foi chegando devagar até atravessar a linha marcada pela cerca e tomar o rumo para o mato, sumindo da vista da platéia que assistia à sua volta à natureza.
A loba-guará será monitorada pela equipe do criadouro por um ano. Esse é o tempo que durará a bateria do colar com radiotransmissor colocado nela. Segundo o biólogo que cuidou de Tibagi, Vlamir José Rocha, esse acompanhamento é importante para saber como está sendo a adaptação do animal ao meio ambiente. Depois desse tempo, o material vai se deteriorar e o colar cairá da loba. "Cem por cento dos pássaros que são apreendidos, por exemplo, morrem depois que são soltos na natureza. Com esse equipamento podemos acompanhar a loba", explica. De acordo com o biólogo, é possível que o animal permaneça nos arredores da fazenda Monte Alegre, onde está instalada a fábrica, o criadouro e parque da Klabin.
A região está praticamente tomada pela agricultura e a natureza está longe de ser a ideal para um lobo-guará, animal ameaçado de extinção, pela lista do Ibama. A loba pesava somente 10 quilos quando chegou ao criadouro. Foi tratada com vermífugo, hidratada com soro e alimentada com comida balanceada e adequada. Depois de seis meses, deixou o cativeiro com 20 quilos.
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