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Mãe Curitibana é exemplo
Criada aos moldes do programa Mãe Curitiba, a Rede Cegonha tem os mesmos princípios da iniciativa paranaense e condições de repetir os resultados. Segundo a ginecologista Ângelis Jareski, há cinco anos no programa, o segredo está na gestão integrada. "O trabalho de responsabilidades compartilhadas garante que a mãe receba o atendimento adequado durante o tempo necessário, o que acaba repercutindo nas estatísticas."
Desde 1999, perto de 200 mil mulheres e recém-nascidos foram acompanhados. Além do aumento na adesão ao pré-natal, foi possível perceber a redução no número de gestantes adolescentes. Em 1998, 19,8% das mães tinham menos de 20 anos, no ano passado a proporção caiu para 14,2%. Também em 2010, Curitiba passou a ocupar o primeiro lugar entre as capitais com o menor índice de mortalidade infantil: foram 8,97 casos para cada grupo de mil nascidos vivos.
Em Cambé, no Norte do estado, um conjunto de ações da secretaria de saúde nos últimos anos também conseguiu reduzir a taxa de mortalidade infantil. Em 2008, o índice registrado foi de 13,16 óbitos para cada mil nascimentos, contra 7,05 no ano passado.
Lançada ontem pela presidente Dilma Rousseff, em Belo Horizonte (MG), a Rede Cegonha contará com cerca de R$ 9,4 milhões em investimentos voltados à integração de ações estratégicas que garantam atendimento de qualidade a mulheres e crianças antes, durante e depois do parto e à redução dos altos índices de mortalidade materna e infantil. Semelhante ao pioneiro Mãe Curitibana, o programa federal reserva acompanhamento adequado, seguro e humanizado às gestantes desde a comprovação da gravidez até o bebê completar dois anos.A assistência obstétrica e infantil será coordenada pelo Ministério da Saúde e executada pelos estados e municípios em unidades de saúde, clínicas e maternidades próprias e conveniadas. A meta é, até 2014, estender a todo o país as ações que inicialmente serão empregadas na Amazônia Legal, no Nordeste e nas regiões metropolitanas, onde se concentra o maior número de gestantes brasileiras, atualmente estimadas em três milhões. Deste total, calcula-se que mais de dois milhões dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com a presidente Dilma, a Rede Cegonha é mais uma das ações do governo federal na atenção à saúde e que têm como foco não só as gestantes, mas as cerca de 61 milhões de brasileiras em idade fértil. Além do acompanhamento pré-natal e das orientações de incentivo ao aleitamento materno, o programa prevê campanhas públicas nas escolas e de conscientização da sociedade sobre a importância da educação sexual e do planejamento familiar consciente a fim de se reduzir também as altas taxas de gravidez na adolescência.
Acompanhamento
Os postos e profissionais de saúde estarão preparados para a realização de testes rápidos de gravidez. Em caso de resultado positivo, a gestante passará a integrar o sistema e será orientada a fazer no mínimo seis consultas de pré-natal e uma série de exames, inclusive os que detectam HIV e sífilis. O posto de saúde mais próximo à residência da gestante será a unidade de referência e, já com antecedência, ela saberá em qual maternidade dará à luz. Terá ainda direito a vale-transporte para os dias de acompanhamento e um vale-táxi para o dia do parto.
A humanização no atendimento será assegurada por meio da qualificação dos profissionais de saúde e do reforço na rede hospitalar convencional para que sempre haja vaga tanto para as gestantes como para os recém-nascidos. A rede hospitalar obstétrica de alto risco será fortalecida e a quantidade de leitos na rede SUS gradativamente ampliada conforme a realidade de cada município. As unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também serão reequipadas e adequadas ao transporte dos bebês.
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